Recorde as principais incidências do encontro
Sem conseguir passar dos oitavos de final de uma grande competição desde 2016, as vitórias sucessivas no espaço de quatro dias sobre a França e os Países Baixos fizeram com que a Alemanha voltasse à competição.
Nagelsmann reformulou o plantel antes dos amigáveis de março, deixando de fora nomes importantes como Leon Goretzka, Serge Gnabry, Emre Can e Mats Hummels.
Em vez disso, selecionou uma mistura de jovens talentos e estreantes inesperadaos, ao lado de alguns nomes experientes.
Dias depois de uma vitória dominante por 2-0 sobre a França, em Lyon, a Alemanha saiu de uma desvantagem de quatro minutos para vencer os neerlandeses por 2-1.
Além de garantir duas vitórias consecutivas pela primeira vez desde 2021, a Alemanha demonstrou a coesão, o ímpeto e a vontade que estavam a faltar.
"Uma boa combinação"
Nagelsmann disse isso mesmo depois de vencer os neerlandes, ao afirmar que os tricampeões europeus tinham "encontrado uma boa combinação" menos de três meses antes da primeira partida contra a Escócia, em Munique, a 14 de junho.
"O espírito da equipa é bom. Todos têm o seu papel, mesmo aqueles que não jogaram. Quando regressaram, deram o seu contributo", disse o treinador de 36 anos.
Ao contrário das últimas convocatórias da Alemanha, em que os jogadores do Bayern de Munique e do Borussia Dortmund foram os mais importantes, Nagelsmann preferiu a boa forma à reputação dos seus 26 jogadores. Apenas dois jogadores do Bayern foram titulares na terça-feira, enquanto apenas um do Dortmund estava na lista.
Em vez disso, Nagelsmann escolheu jogadores em boa forma do líder Bayer Leverkusen, de Xabi Alonso, e do surpreendente Estugarda, que está em terceiro lugar depois de ter evitado por pouco a descida de divisão na última temporada.
Os dois jogos confirmaram que Nagelsmann tomou a decisão certa, com boas atuações individuais.
Além do regresso do veterano Toni Kroos, a vitria de sábado sobre a França foi alimentada pela juventude na linha da frente da Alemanha, formada por Florian Wirtz, Kai Havertz e Jamal Musiala.
Na terça-feira, com o resultado empatado 1-1 e a faltar pouco mais de 15 minutos para o fim do jogo, Nagelsmann tirou Havertz e Wirtz, recorrendo aos veteranos Thomas Müller e Niclas Furllkrug - juntos, têm a mesma idade que o trio referenciado acima.
Fullkrug fez boa ligação com Musiala e marcou o golo da vitória após pontapé de canto cobrado por Kroos.
Como resultado, Nagelsmann parece ter definido o seu plantel para o Euro-2024, descartando as "grandes mudanças" da Alemanha.
"A porta está aberta para todos. Não vamos chamar cinco ou dez novos jogadores no verão, isso é certo. Talvez um ou dois, se alguém se lesionar".
"Grande nação do futebol"
Muller, um dos três vencedores do Mundial-2014 na convocatória, congratulou-se com os resultados, mas ficou mais impressionado com o "estilo e a forma" das atuações da Alemanha.
"Queremos aproveitar isso. Contra a França, fomos mais dinâmicos, hoje (terça-feira) fomos mais firmes, com as duas equipas a defenderem mais. O que foi realmente bom foi termos confirmado que podemos realmente atingir o potencial que esta grande nação do futebol tem".
Musiala, que tinha apenas 11 anos quando Muller ganhou o Mundial no Brasil, disse que a Alemanha estava finalmente a divertir-se de novo.
"Toda a gente se divertiu. Dá para sentir isso, de dia para dia, as vibrações são muito boas", explicou.
"É preciso tempo para superar os altos e baixos. Não quero dizer que já estamos fora de perigo. Precisamos de manter o nosso ritmo, permanecer saudáveis e mostrar o nosso melhor - e talvez tenhamos algo para mostrar no final", atirou ainda.