Kylian Mbappé tem um grande sonho - e, portanto, um grande problema. A estrela do PSG gostaria de ganhar a medalha de ouro com a equipa nacional francesa nos Jogos Olímpicos na sua cidade natal, Paris, mas as coisas estão complicadas: o futuro empregador de Mbappé, o Real Madrid, não quer libertar os seus profissionais altamente remunerados para os Jogos de verão (24 de julho a 9 de agosto).
O assunto pode tornar-se uma questão política, depois de Mbappé ter sublinhado repetidamente o "significado especial" dos Jogos Olímpicos. Agora, até Philipp Diallo, presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), quer falar com o Real Madrid.
"Lamento a atitude do Real Madrid, que fecha os sonhos de muitos jogadores", disse Diallo ao Le Figaro.
O trabalho da federação é "tentar ter a melhor equipa possível. Se tivermos de nos dirigir a Florentino Perez (presidente do Real) em Madrid, fá-lo-emos".
Será que isso vai ajudar? A realeza está preocupada com a saúde das suas estrelas, que já estão em ação no Campeonato da Europa ou na Copa América, pouco antes dos Jogos Olímpicos.
"Eles só podem participar numa competição", disse o Real Madrid, em resposta a um inquérito da AFP. E como os Jogos Olímpicos não fazem parte do calendário da FIFA, os clubes não são obrigados a libertar os seus jogadores.
Mbappé em Paris
Para Mbappé, no entanto, as coisas não estão a correr bem antes do jogo internacional contra a Alemanha, em Lyon, no sábado, e não apenas em relação aos Jogos Olímpicos. O jogador de 25 anos também está a passar por um momento turbulento no seu clube, o Paris Saint-Germain.
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Com o contrato do vencedor do Mundial-2018 prestes a expirar no verão, e uma mudança para o Real Madrid altamente provável, o técnico Luis Enrique está paulatinamente a prescindir de Mbappé na liga francesa. O clube quer habituar-se a jogar sem o goleador desde cedo, disse o treinador. Mbappé, no entanto, refuta isso.
"Não há nenhum problema com ele, mesmo que as pessoas possam pensar que há um problema. Eu tenho problemas, mas o treinador não é um deles", afirmou o avançado.
No entanto, a dimensão da questão em França ficou recentemente clara num jantar de Estado no Palácio do Eliseu, quando o Presidente Emmanuel Macron e o governante do Catar, Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani, proprietário a tempo parcial do PSG, discutiram formas de sair da crise de Gaza. Mbappé foi convidado e teve de aguentar os comentários sobre a sua iminente partida.
"Então, vais voltar a causar-nos problemas?", disse Macron, com um sorriso em frente às câmaras, enquanto apertava a mão a Mbappé. E o xeque Tamim seguiu com um agridoce "boa sorte".
Mas Mbappé continua a ser indispensável para o PSG. Com os três golos que marcou nos oitavos de final da Liga dos Campeões, contra a Real Sociedad, quase que sozinho colocou o PSG entre os oito melhores da competição. O Barcelona espera-o nos quartos de final.
Mas antes, o capitão da equipa francesa é chamado a jogar contra a seleção alemã. O treinador da Alemanha, Julian Nagelsmann, tem muito respeito por ele.
"Muitas pessoas acham difícil enfrentar Kylian Mbappé, mesmo com 200 jogos da Liga dos Campeões no currículo. Ele tem uma velocidade extrema", afirmou.
Será que também vamos poder admirar esse ritmo nos Jogos Olímpicos?