A "contra-crónica" do Girona-Real Madrid: um disparate com consequências imprevisíveis

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A "contra-crónica" do Girona-Real Madrid: um disparate com consequências imprevisíveis
Vinicius, Militão e Rudiger, incapazes de reagir contra o Girona
Vinicius, Militão e Rudiger, incapazes de reagir contra o Girona
AFP
O Real Madrid esteve muito aquém contra o Girona e oficializou a sua retirada da luta pelo título da Liga espanhola. A equipa de Ancelotti, com sete titulares, mostrou uma alarmante falta de motivação e competitividade que pode custar caro a curto prazo.

Há semanas que é evidente que o título é do Barça. Oblak já o tinha dito na semana passada: se a equipa de Xavi mantivesse o ritmo, o título seria seu. Mas o que nenhum de nós esperava era que o Real Madrid se resignasse a assinar um desastre histórico que manchasse o slogan "até ao fim, Real". Os números até podem dizer uma coisa, mas os jogadores disseram algo muito diferente, com bola e sem palavras: "Aí está, (o título) é todo vosso".

Sem Benzema, Courtois, Alaba e Camavinga

Ou, por outras palavras, com Carvajal, Militão, Kroos, Modric, Valverde, Rodrygo e Vinicius. Sete dos que vão jogar a final da Taça do Rei contra o Osasuna e a meia-final contra o Manchester City estavam no onze inicial contra o "primo" do próprio City. Pois sim, a mentalidade vai mudar na Liga dos Campeões e com o título da Taça em jogo. Assim nada se prepara bem desta forma. E, quer queiram quer não, isso mina a confiança.

Jogar sem guarda-redes

Ter no plantel o melhor guarda-redes do mundo faz com que as comparações sejam odiosas. O desempenho de Lunin apenas confirmou que a sua evolução estagnou e que a diferença em relação a Courtois é tão grande como a diferença entre o Barça e o Madrid na LaLiga. Normal. O ucraniano não joga há cinco anos com regularidade. Contra o Girona, o seu nome apareceu na ficha de jogo. Agora, no que toca a a jogar... pouco se viu. 

Vinicius e as suas lutas

O rapaz alegre que chegou a Espanha deu a volta ao gesto. Os rivais procuram-no, os adeptos picam-no, os árbitros não o toleram de todo... e Vini cai em todas elas, já não se ri de alegria. Sorri ironicamente, o que na realidade é uma careta de raiva. E assim, por mais que continue a tentar e a procurar o um contra um, não consegue exprimir-se com a bola como é capaz de fazer. Podia fazer ainda melhor, podia ser o jogador mais desequilibrador do mundo se quisesse, mas atrapalha-se com todas as provocações e, por isso, a sua fasquia de desgaste e frustração aumentam em demasia.

Que noite para os centrais

Rudiger é um dos grandes fiascos da época. Sabia-se que Militão e Alaba estavam à sua frente, mas não que quando chegasse a sua vez de jogar o fizesse por causa do seu passado, do seu nome, e não pelo seu rendimento. Que jogo excelente ou apenas bom fez Antonio Rudiger? Nacho, que também não esteve no seu melhor, o que é normal quando se troca tanto de posição, oferece sempre um nível melhor que Rudiger. O desempenho de Militão contra o Girona também é algo a ter em conta. Fez uma grande época, mas isso não o iliba de borrar a pintura da forma como fez. Assim não. 

O mérito do Girona

Dito tudo isto, não se deve tirar mérito à equipa de Míchel Sánchez. O Girona foi melhor do que o Real porque, para começar, teve mais vontade. É uma equipa muito bem organizada com a bola e pode causar problemas se estiver em condições. E se ao bom tratamento (da bola) juntarmos a eficácia de Taty Castellanos, dava quase uma manita. A equipa "prima" do City foi enorme e mostrou à turma de Guardiola a forma de parar os seus rivais na Liga dos Campeões.