O incompreendido. O desequilibrado. O "mosquito". O ausente. Eram tantas as alcunhas com que o mundo do futebol se referia a Ousmane Dembélé que, até este sábado, só se ouvia uma: a de desilusão.
Esta palavra, evitada por muitos dirigentes do Barça (culpados pela sua contratação e renovação), foi comentada por Xavi, treinador que apostou no extremo contra todas as probabilidades. Deu-lhe espaço. Deu-lhe protagonismo e, sobretudo, recuperou algumas das suas melhores qualidades. O treinador de Terrasa é, sem dúvida, o mais desiludido com um jogador que estava destinado a ser um substituto, uma estrela e uma contratação da época. Um homem que foi campeão do mundo antes de Messi. Um jogador eletrizante, que enlouquecia as defesas rivais com a velocidade, e que se foi embora por um valor irrelevante, negativo ou medíocre.
Dembélé falhou 40% dos jogos do Barça desde 2017. No total, esteve ausente em 119 jogos. Somou 15 lesões. Chegou atrasado a algumas sessões de treino e, por fim, nunca explodiu como o clube esperava.
Apesar da falta de regularidade, Dembélé conquistou sete títulos com o Barcelona: três Ligas, duas Taças do Rei e duas Supertaças de Espanha. Em termos de troféus, talvez tenha estado à altura das expetativas. Em termos de desempenho, influência e contribuição, ficou aquém. Muito pouco.