Enquanto a reputação do Barcelona - e da LaLiga - está no fundo do poço, Joan Laporta, em lágrimas, celebrou o triunfo no "El Clásico". A emoção - que em teoria não deve ser explícita nas quatro linhas - era visível. E não foi coisa pouca: o Barça está agora com 12 pontos de vantagem do Real Madrid. O primeiro título da liga, após três anos a ver o Atlético e o Real Madrid alternarem o troféu, está muito perto.
Fala-se de títulos. Fala-se de resultados na competição nacional. Até Leo Messi é tema de conversa. Negreira, por outro lado, é quase uma palavra proibida. Segundo vários meios de comunicação social, no clube "eles estão calmos". Os pagamentos - superiores a sete milhões de euros - não os incomodam.
O presidente falou do escândalo durante a semana, deixando claro que, da sua perspectiva, o Barça é vítima da situação.
As intervenções de Joan Laporta em relação ao caso Negreira são poucas e distantes. As ações em que diferentes membros do direção, o staff técnico e a presidência elogiam Leo Messi são bem mais frequentes.
O Barcelona parece viver numa dupla realidade: vitimização e suposições. Da Catalunha, afirmam que o caso Negreira é um "ataque" à boa imagem do plantel. Piqué, Jordi Alba, Laporta? Há vários que salientaram a existência de uma alegada "conspiração" que visa manchar uma das equipas mais importantes de Espanha.
Há um ditado espanhol que diz: olhar para o exterior para tentar justificar problemas internos não leva a lado nenhum. Em Barcelona falam primeiro de Messi - que é também uma operação quase impossível - antes de Gavi - ele não tem inscrição devida na primeira equipa. O argentino vem em primeiro lugar antes das renovações que semeiam dúvidas sobre a sua inscrição.
A minha teoria permanece a mesma: o Barça ganhará esta Liga e haverá fortes indícios para apoiar a teoria da existência de "compras de árbitros". Mantenho a tese: em Itália, a Juventus foi despromovida. Em Espanha, uma equipa celebrará um título "manchado" e gritará pelo ar que "eles estão de volta". Em junho veremos.