Todas as dúvidas sobre o Barçagate e as respostas às mesmas de Joan Laporta

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Todas as dúvidas sobre o Barçagate e as respostas às mesmas de Joan Laporta
Laporta, durante a sua conferência de imprensa sobre o caso Negreira.
Laporta, durante a sua conferência de imprensa sobre o caso Negreira.AFP
Existem muitas dúvidas sobre as ações do Barcelona e dos presidentes durante quase duas décadas, relativamente à sua relação de trabalho com Enríquez Negreira quando este era vice-presidente do Comité Técnico de Árbitros. Estas são as mais importantes e as respostas que Joan Laporta, atual chefe do clube, deu em conferência.

- O Barcelona cometeu algum crime?

"O relatório que encomendámos à KPMG não encontra indícios de crime. Há alguns serviços faturados, alguns relatórios feitos e pagos por transferência bancária. O Barcelona nunca realizou qualquer ação com o objetivo ou intenção de alterar a competição a fim de obter qualquer vantagem desportiva. O Ministério Público afirma que não foi possível provar que os pagamentos relacionados com a empresa de Negreira pudessem ter influenciado a designação de árbitros ou algum resultado desportivo. Não conseguiram prová-lo porque não era possível".

- Porquê contratar Enríquez Negreira sendo ele o número 2 da arbitragem?

"Recebemos este serviço herdado em 2003. Considerámos o interesse desses relatórios porque eram de qualidade, feitos por uma pessoa que tinha uma trajetória importante nesse mundo para os fazer. Foi por isso que o mantivemos de forma continuada".

- Por que pagaram tanto, e até aumentaram os custos, por estes relatórios?

"Temos de contextualizar o fato de que os 7,3 milhões foram pagos ao longo de 18 anos por relatórios que eram importantes, necessários. Foi uma enorme quantidade de trabalho de pessoas qualificadas. O principal prestador de serviços foi Javier Enríquez e não Enríquez Negreira. Os custos aumentaram na época 2009/10 porque houve mais estudos de scouting, mais competições desportivas, mais trabalho".

- Enríquez Negreira disse às Finanças que cobrava ao Barça para que o clube pudesse garantir a neutralidade dos árbitros.

"Não posso falar em nome de terceiros. Caberá a ele dar essas explicações neste processo judicial. Refiro-me ao relatório da Agência Fiscal, porque senão gera-se uma explicação que é falsa. Na página 17 do relatório, é feita referência ao facto de este senhor dizer que a neutralidade é uma hipótese pessoal. "Ninguém mo indicou diretamente", disse ele na sua declaração. Eu pude ler este relatório. Ninguém do clube lhe disse que era para conseguir neutralidade mas para pagar por serviços documentais. Portanto, o que é importante é isto. É muito claro".

- Eticamente é questionável pagar a um vice-presidente do CTA.

"Não era incompatível, não era na ética desportiva. Além disso, o prestador de serviços, aquele que fez os relatórios, foi o filho. O vice-presidente do CTA não tinha capacidade para alterar o resultado dos jogos nem para nomear árbitros. Insisto. O que faria agora? Bem, perguntaria à área de compliance. O que faria era que objetivassem esta prestação de serviços. Nesse altura, além disso, o relatório era feito pelo filho do vice-presidente do CTA, independentemente de quem faturava estes serviços".

- Os pagamentos à Negreira através do falecido Josep Contreras e as comissões deste

"Não posso falar por terceiros. Essa hipótese é a que o Ministério Público mantém em relação às empresas do Sr. Contreras. Só posso dizer-vos que se essa hipótese for real, o Barcelona foi uma vítima".

- Quem utilizava os relatórios?

"Como presidente, não entro em detalhes. Eram o vice-presidente económico e o vice-presidente desportivo que geriam e recebiam estes relatórios. Trata-se de um conteúdo técnico de arbitragem. Será levado ao caso e depois o juiz determinará a utilização e a qualidade destes relatórios. Teriam de ser feitos por pessoas com trajeto neste campo. Por exemplo, observações técnicas, perfil técnico de arbitragem. São relatórios bem redigidos, de alta qualidade, muito densos, acompanhados de CD's. Vimos alguns deles. São jogadas, seguidas por opinião. É interessante do ponto de vista desportivo porque fala das características do árbitro, se gosta que o tratem por "você", etc..."