Patrick Vieira estava a pensar em vingança na Ligue 1, depois de ter sido demitido do Nice em 2020. O seu regresso ao campeonato francês era suposto significar uma mudançam tanto para ele como para o Estrasburgo, agora propriedade da BlueCO, que queria um nome conhecido para lançar o seu projeto, que também inclui a expansão de La Meinau.
Uma equipa sem dor
A temporada começou mal nos primeiros seis jogos, com três vitórias e um empate, e sem uma boa campanha. Mas, com 10 pontos conquistados, era difícil reclamar. Na realidade, os resultados do Racing eram bons, mas o conteúdo deixava a desejar. Com as saídas de Jean-Ricner Bellegarde e Habib Diallo, bem como o verão turbulento de Habib Diarra (incerto para a viagem a Rennes), que esteve perto de se transferir para o Lens e Wolverhampton, a equipa precisava de um período de gestação para recuperar a sua força colectiva. Infelizmente, o nível geral é baixo e o desempenho sofre com isso. A equipa sofreu demasiados golos (14) e marcou menos de um golo por jogo (8).
Numa conferência de imprensa antes da deslocação a Rennes, Vieira apelou à paciência dos adeptos, mas as suas palavras foram surpreendentes, sugerindo uma admissão de impotência: "Temos de fazer mais, mas de vez em quando isso pode não ser suficiente para ganhar um jogo, mas os adeptos esperam muito mais e nós temos de fazer muito mais por eles".
Por tudo isto, continua a ser difícil ver um fio condutor na sua equipa, um eixo em torno do qual o Racing possa progredir com alguma certeza. As soluções ainda não são visíveis e a posição do treinador está a tornar-se instável.
Keller, paciente como sempre
Apesar da mudança de comando, Marc Keller ainda não está preocupado.
"Vou ao centro de treinos regularmente, vejo o grupo trabalhar, vejo a comissão técnica trabalhar e vejo Patrick trabalhar", afirmou à France Bleu. "As coisas estão a ir muito bem! Estamos a tentar ser ainda mais específicos com os jogadores para ajudá-los a progredir. Patrick é o maestro de tudo isso", acrescentou.
Apesar de constatar que "o ambiente está um pouco menos paciente do que antes", Keller espera que os adeptos continuem unidos, pois "o Estrasburgo sempre foi um clube diferente e, para que isso continue, é preciso que os adeptos empurrem a equipa".
Para já, o objetivo a curto prazo de Keller de chegar regularmente ao topo da tabela é duvidoso, tendo em conta o conteúdo.
"É claro que temos de melhorar a nossa forma de jogar e a imagem que projetamos", afirmou, provando que o crédito de Vieira não é ilimitado.
"A equipa tem de recuperar o seu empenho, porque foi isso que a tornou forte. Estou convencido de que estamos na direção certa", acrescentou.
Uma esperança genuína ou uma tentativa de se convencer a si próprio? O novo ciclo do Racing não está a começar da melhor forma.