Depois de ter tido dificuldades de adaptação no seu primeiro ano com Pochettino, e de ter sido pouco utilizado na época passada com Galtier, Achraf Hakimi volta a vestir a camisola vermelha e azul com um sorriso no rosto. Luis Enrique é, sem dúvida, o principal responsável pelo regresso do marroquino.
Recorde o PSG-Marselha
Instalado no flanco direito da defesa parisiense, o espanhol deu ao seu jogador um novo papel na linha ofensiva, integrando-o no centro do campo. É uma decisão moderna e crucial, que permitirá ao Paris Saint-Germain continuar a sua busca por variedades táticas que o levarão à perfeição.
Depois de jogar 533 minutos, a forma do lateral-direito marroquino cresceu, culminando na partida contra o Olympique de Marselha no Parc des Princes. Hakimi fez uma bela atuação, marcando um golo e participando no segundo, com o remate que deu origem ao golo de Randal Kolo Muani. A sua contribuição ofensiva é constante, seja no flanco ou no meio, e Hakimi é um jogador híbrido que se adapta perfeitamente à tática do treinador espanhol.
"Arma letal" no jogo ofensivo do PSG
"É um jogador com enormes qualidades, sobretudo no que diz respeito aos livres. Trabalha-os nos treinos. Achraf pode dar-nos muito. É um defesa, mas pode jogar no meio-campo e na frente. É um prazer para um treinador ter um jogador assim", explicou Luis Enrique, em conferência de imprensa após o jogo contra o Marselha.
De facto, Achraf Hakimi deu um grande contributo ao Paris Saint-Germain esta época. Especialmente no ataque. Como lateral-direito, o marroquino faz muito mais do que apenas desequilibrar o flanco em apoio a Dembélé. Embora domine este aspeto do jogo na perfeição, o jogador formado no Real Madrid desenvolveu uma nova faceta sob o comando de Luis Enrique, que até então era desconhecida para ele. Enquanto o PSG está acostumado a usar uma defesa de três jogadores, quando tem a bola, o marroquino é frequentemente posicionado no centro do campo, ao lado de Ugarte.
Com um número bastante limitado de jogadores nesta posição, o espanhol conseguiu encontrar uma solução de luxo. Seja com Vitinha a jogar num meio-campo a três, como contra o Dortmund, ou sem ele, como contra o Marselha, Hakimi fez várias aparições no meio-campo. Isso levou a uma troca entre o médio português, que corria pelo flanco esquerdo, e Zaire-Emery, que subia um pouco mais. Com a sua habilidade com a bola, o internacional marroquino integrou-se sem problemas e até teve um papel ativo no resultado final contra o Borussia Dortmund.
Achraf Hakimi não hesitou em combinar com o seu companheiro de equipa português a partir de uma zona central do campo. Após a incursão de Vitinha na área alemã, o parisiense ofereceu-se para recuar para o meio, antes de fazer uma jogada individual com ele e finalizar de forma magistral com o pé direito. A jogada foi perfeita, e os dois parisienses não tiveram de se preocupar com cinco jogadores adversários.
Este é um novo aspeto da paleta tática do marroquino. Enquanto o PSG costuma optar por um esquema 3-2-4-1 ou 4-2-4 quando tem a posse de bola, Achraf Hakimi costuma dar uma solução a partir do meio-campo parisiense, além de ser uma ameaça constante pelo flanco direito. Com Luis Enrique no comando, é claro que o jogador compensou duas primeiras temporadas complicadas na capital francesa.
Entre uma integração difícil num balneário que lhe foi hostil durante a primeira época - apenas Mbappé o acolheu - e um segundo ano penoso, com um treinador que não o utilizou da melhor forma, o jogador de 24 anos pode finalmente orgulhar-se de estar ao seu melhor nível - à imagem do que vimos no Catar, com Marrocos, no Campeonato do Mundo.
Em suma, mais uma boa notícia para o Paris Saint-Germain. Mais um bom trabalho de Luis Enrique. O Paris viaja para Clermont este sábado (16:00) em busca da sua terceira vitória consecutiva em todas as competições. Se for titular, não há dúvida de que a contribuição de Achraf Hakimi será crucial no Stade Gabriel-Montpied.