Um jogo no sábado à noite, em horário nobre, no La Beaujoire. Uma equipa do Paris Saint-Germain em alta, depois de ter vencido a primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, contra uma equipa espanhola. A comparação fica provavelmente por aqui.
Há dois anos, a 19 de fevereiro de 2022, o Nantes infligiu a segunda derrota da época ao PSG, com uma exibição que, nos últimos anos, não temos visto muito dos Canários. Os parisienses puseram em campo o seu famoso trio de estrelas, mas foram sujeitos à garra do Nantes, para além de faltas técnicas inaceitáveis a este nível.
É claro que o revés não impediu o clube da capital de conquistar mais um título da Ligue 1 alguns meses depois. Mas o que se seguiu foi uma tempestade de três derrotas em quatro jogos, que culminou com o inesquecível naufrágio no Bernabéu. Será que podemos aprender alguma coisa com o passado?
É difícil imaginar que Luis Enrique coloque em campo a equipa titular no sábado à noite. Depois desse jogo, os parisienses receberão o Rennes, depois viajarão para Mónaco e retornarão ao País Basco. É o momento ideal para rodar a equipa. Mesmo que isso signifique perder? É claro que uma derrota mais uma vez não seria dramática. O PSG tem 11 pontos de vantagem a 11 jornadas do fim do campeonato, e os adversários não estão em ritmo acelerado.
Uma situação que poderia abrir uma brecha que o Nantes poderia explorar. O problema é que o Nantes não está a ter muito sucesso em casa contra os membros do Top 6. Apenas dois pontos em 12 possíveis, e uma sensação de desperdício. Um exemplo notável aconteceu há duas semanas contra o Lens, com uma primeira parte 100% dos canários e inúmeras oportunidades para marcar, mas uma confusa falta de realismo (e um pouco de azar) fez com que, após o intervalo, o castigo caísse.
O Nantes também começará a partida sem o lesionado Alban Lafont, mas poderá contar com Mostafa Mohamed, que marcou no jogo da primeira volta e cujo impacto foi sentido desde seu regresos da CAN. Jocelyn Gourvennec finalmente pôs fim ao jejum de vitórias na Ligue 1 no domingo, com o triunfo em Toulouse sendo vital para tirar a equipe da zona vermelha. No entanto, a escolha do técnico bretão ainda é questionável.
Nada como uma vitória sobre a melhor equipa de França para conquistar um público ávido de grandes momentos de uma equipa com uma longa história no futebol francês. Tanto mais que, num dos primeiros jogos de Gourvennec no banco do Nantes, os canários não tinham sido ridículos no Parque dos Príncipes na noite do primeiro golo de Bradley Barcola pelo PSG.
O ex-jogador do Lyon é claramente a atração do momento no PSG, ainda mais depois do seu golo contra a Real Sociedad. Apesar de Gonçalo Ramos e Randal Kolo Muani (que marcou na famosa partida de fevereiro de 2022, mas para o Nantes, outra era), ele está firmemente estabelecido no flanco esquerdo do ataque. E se houver uma rotação, isso não deverá afectá-lo, pois as suas pernas estão claramente frescas e o facto de estar a jogar consecutivamente só pode ser benéfico para este tipo de jogador. Além disso, poderá ter mais responsabilidades no ataque e as críticas relacionadas com o preço da sua transferência poderão ser definitivamente dissipadas.
Resta a possibilidade de um excesso de confiança, de que o PSG já padeceu muitas vezes no passado. Um resultado que é sempre possível. Mas dizer que esta é a melhor chance do Nantes é um passo que não vamos dar.