A inesperada derrota de Inglaterra na Bélgica, na quarta jornada do Grupo A1 da Liga das Nações feminina deixou as Leoas em apuros. Vice-campeãs do mundo na Austrália, Inglaterra está obrigada a vencer os dois jogos que faltam e espera por deslizes de Bélgica e Países Baixos para almejar o primeiro lugar da classificação e manter viva a esperança de disputar o torneio olímpico.
Ora, as comandadas de Sarina Wiegman ainda vão defrontar os Países Baixos (1 de dezembro) e Escócia (5 de dezembro) e é neste último confronto que pode estar alguma polémica. Isto porque as escocesas já não têm hipótese de chegar ao primeiro lugar e podem lucrar com a vitória inglesa no grupo.
Recém-criada, a Liga das Nações serve para apurar as seleções europeias que vão participar no Jogos Olímpicos de Paris. A UEFA tem três vagas, sendo que uma já está atribuída a França. As outras duas serão atribuídas às duas finalistas da Liga das Nações ou, caso as gaulesas discutam o título, por intermédio de um play-off (a outra finalista fica com um dos lugares).
Inglaterra não participa sozinha nos Jogos Olímpicos, mas sim como Reino Unido. No futebol feminino existe o acordo de que se uma seleção de entre as inglesas, Escócia, Gales ou Irlanda do Norte se apurar para o torneio olímpico, então o Reino Unido participa.
E é aqui que entra o busílis da questão. Caso queiram concretizar o sonho de participar nos Jogos Olímpicos, as jogadoras escocesas sabem que precisam de perder com Inglaterra. Se vencerem é o ponto final na participação britânica em Paris.