O defesa-central de 26 anos da Real Sociedad, nascido na Bretanha, obteve a nacionalidade espanhola em maio e foi convocado por Luis de la Fuente para a meia-final da Liga das Nações da próxima semana. Robin Le Normand jogou nas camadas jovens do Brest, tendo feito uma primeira aparição na equipa principal, antes de se mudar para o País Basco, em 2016.
"Vi a confiança das pessoas da federação (espanhola) de futebol, do treinador, dos meus colegas de equipa e da minha família, estava tudo muito claro na minha cabeça, não havia dúvidas", disse Le Normand em conferência de imprensa: "Deschamps disse-me que me estava a observar e que gostava de mim. A verdade é que se o seleccionador francês te escolhe, isso é muito bom, mas como sempre disse, Espanha esteve aqui desde o primeiro minuto. Estou aqui há oito anos e sinto-me muito bem e muito feliz".
O central de 26 anos que nunca foi convocado pela França, segue os passos de Aymeric Laporte, que obteve a nacionalidade espanhola em 2021, e do brasileiro Diego Costa, que fez o mesmo em 2013.
"Quando se é jovem, quando se chega a Espanha, jogar pela Espanha parece ser uma hipótese, não se pensa muito nisso. Mas mais tarde, depois da minha carreira, com mais maturidade, tentamos compreender melhor a situação, olhamos para ela de uma forma diferente", atirou.
Melhorias
Le Normand tornou-se um dos melhores defesas da LaLiga e ajudou a Real Sociedad a qualificar-se para a Liga dos Campeões, após 10 anos de ausência.
O defesa-central admite que o treinador Imanol Alguacil e o clube basco o ajudaram a encontrar o seu caminho e a melhorar, uma das razões pelas quais decidiu jogar pelos vencedores do Campeonato do Mundo de 2010.
"Quando cheguei, eu não tinha qualidade nem para jogar na terceira divisão", conta Le Normand: "Foram horas de vídeo, sofrimento e repetição. Imanol Alguacil foi muito importante, e devo agradecê-lo, assim como ao clube e aos meus companheiros de equipa. Fisicamente, tinha uma boa base, mas, tacticamente, tinha pontos fracos.
O jogador da Normandia disse acreditar que a Espanha tem trabalho a fazer para alcançar o nível da França, que venceu o Mundial-2018 e foi vice-campeã no ano passado.
"Na minha decisão, o que ficou claro foi onde me senti bem, onde vi confiança em mim mesmo, e a verdade é que depois de dois dias aqui, acho que escolhi bem. Há aqui gente muito boa, sobretudo grandes jogadores... temos de trabalhar, é evidente que temos muito trabalho pela frente. Vamos ver onde isso nos leva", atirou.
Na quinta-feira, Espanha defronta a Itália, nas meias-finais da Liga das Nações, em Enschede.