Recorde as incidências da partida
No segundo round de uma autêntica final antecipada, curiosamente entre os dois últimos vencedores da maior prova europeia a nível de clubes, Real Madrid e Manchester City protagonizaram mais um digno espetáculo aos milhões de fãs que acompanharam a partida um pouco por todo o Mundo, embora muito mais modesto no que toca a golos.
O encontro da primeira mão tinha sido um regalo para a vista, com vários momentos de genialidade, e deixou uma boa dose de incerteza para aquilo que poderia ser esta segunda mão. Em termos de opções, Ancelotti fez apenas uma mudança (forçada) no eixo defensivo - Nacho no lugar do castigado Tchouaméni -, ao passo que Guardiola operou três mudanças - Ederson, Kyle Walker e De Bruyne de regresso ao onze.
Cada um com a sua arte
No futebol moderno é cada vez mais difícil guardar segredos e/ou inventar algo novo. Os grandes clubes têm à sua disposição um manancial de soluções tecnológicas que lhes permite estarem perfeitamente identificados com as valências da própria equipa e, mais importante, com as qualidades (e defeitos) do adversário.
O duelo entre Real Madrid e Manchester City também pode ser visto como um duelo entre Pep Guardiola e Carlo Ancelotti. Um duelo entre o futebol associativo e o futebol camaleónico. E o respeito entre os dois ficou evidente desde os primeiros minutos.
Tendo tudo isso por base, o jogo começou algo preso, com ligeiro e natural ascendente em termos de posse para o Manchester City. Mas foi no meio e contra esse domínio territorial da formação inglesa que o Real Madrid conseguiu ferir o adversário, aos 15 minutos, através de uma transição fenomenal.
Tudo começou com uma receção fenomenal de Jude Bellingham e seguiu com a bola a passar por Valverde e Vinícius antes de chegar a Rodrygo. O camisola 11 ainda viu o compatriota Ederson defender o primeiro remate, mas não vacilou na recarga e colocou os merengues na frente do jogo e da eliminatória.
Água mole em pedra dura...
... tanto bate até que fura. Em desvantagem, o Manchester City cresceu ainda mais no jogo e encostou o Real às cordas, com os merengues a mostrarem-se bastante organizados do ponto de vista defensivo, a fecharem os melhores caminhos para a baliza de Lunin.
O guarda-redes ucraniano, que vai reforçando a sua condição de titular na baliza dos merengues na ausência de Courtois, foi mesmo um dos principais destaques do encontro, pelo menos enquanto foi tendo a capacidade para negar as investidas do City. E não foram poucas.
De Bruyne foi sempre dos mais inconformados e tentou de todas as formas e feitios, desde bola corrida (27 e 33 minutos) a bola parada (45'). Antes disso ainda houve uma bola na barra na sequência de um cabeceamento de Haaland, sem que Bernardo Silva conseguisse emendar na recarga. O português não estava a contar com a sobra.
O 0-1 ao intervalo dava um certo conforto ao Real Madrid, mas era sinónimo de muito pouco. Até porque o Manchester City regressou para a etapa complementar disposto a manter a mesma dinâmica pressionante do primeiro tempo. E insistiu, insistiu e insistiu... até chegar ao empate.
Lunin ainda defendeu remates de Grealish (47') e de Phil Foden (52') e viu Nacho (51') quase comprometer todo o seu esforço, quando tirou a bola do seu alcance e esta ficou perto de transpor a linha de baliza, até que caiu mesmo a 15 minutos dos 90.
O trunfo lançado aos 72 minutos por Pep Guardiola, de seu nome Jérémy Doku, revolucionou o ataque do Manchester City, tornando-o muito mais acutilante, e foi precisamente dos pés do internacional belga que saiu o passe para o remate certeiro do compatriota De Bruyne. O mesmo De Bruyne teve tudo para matar o jogo, aos 82', mas falhou um penálti em andamento.
Esgotados
O prolongamento foi um desfecho inevitável e um mal menor para um Real Madrid que abdicou demasiado cedo de contrariar o domínio dos citizens. E tornou-se também demasiado cansativo para os homens de Ancelotti acompanhar o futebol tricotado do adversário. Que o digam Vinícius Júnior e Carvajal, que saíram completamente esgotados.
Ainda assim, a melhor oportunidade do prolongamento pertenceu ao conjunto espanhol, quando Rudiger apareceu na área contrária para um desvio que quase atraiçoou Ederson. Não foi certeiro e tudo se encaminhou para as grandes penalidades. Aí a história foi diferente.
Com tudo para decidir na marca dos onze metros, o Real Madrid foi mais certeiro e feliz - Bernardo Silva falhou uma grande penalidade para o City -, dando seguimento à sua caminhada em busca da 15.ª na Liga dos Campeões.
Melhor em campo Flashscore: Lunin (Real Madrid)