Recorde as principais incidências da partida
Noutros tempos mais ou menos recentes, Farense e Boavista foram duas das equipas sensação da Liga Portugal. Se os axadrezados disputaram o pódio nas quatro primeiras jornadas, os algarvios, mais distantes do topo da tabela, foram mais consistentes na tranquilidade com que a equipa de José Mota conseguiu abordar a primeira metade do campeonato.
Só que os tempos mudaram e Farense e Boavista perderam essas sensações. Os axadrexados têm vindo a vencer e a pontuar de forma intermitente, o que contribuiu para os 29 pontos na tabela, enquanto os algarvios já não venciam há nove jornadas, o que fez com que o Farense acabasse por entrar na luta pela manutenção, algo que não era propriamente expectável na primeira metade da temporada.
Por isso, os Leões de Faro entraram com garra neste duelo animalesco com a Pantera. Um duelo pela permanência, embora Farense e Boavista estejam longe de entrar no lote dos mais aflitos.
Numa primeira parte avassaladora, só a falta de discernimento de Bruno Duarte, que podia ter assistido Rafael Barbosa para o primeiro, e o VAR adiaram a vantagem algarvia.
Jogou-se apenas no sentido da baliza do internacional português João Gonçalves, que viu um golo anulado a Belloumi (12'), após remate de primeira ao segundo poste. Bruno Duarte desta vez procurou a assistência, só que antes tinha tocado com a mão na bola e o lance acabou anulado.
O mesmo destino teve o golo de Pastor (23'), desta vez por fora de jogo de Talys.
Não foi por falta de sinais. O Boavista não conseguiu responder ao domínio completo do Farense, finalmente materializado pelo golo do regressado Cláudio Falcao (28'), na sequência de um pontapé de canto cobrado por Rafael Barbosa e desviado de forma infeliz por Bozeník.
Para o Boavista, os avisos e o golo não bastaram. Ricardo Paiva, no banco, assistia quase derrotado à forma como os axadrezados sentiam dificuldades para proteger a própria baliza e atacar a adversária.
Chidozie foi um dos jogadores mais explorados pelos algarvios e acabou por ficar sem os rins depois de dois dribles consecutivos de Belloumi que o deixaram pelo caminho para o golo de peito de Bruno Duarte (39').
Já nos descontos da primeira parte, Bozeník conseguiu, depois de 45+1 minutos, criar finalmente um lance de perigo para Ricardo Velho, que evitou o 2-1 em cima do intervalo, que, diga-se, seria injusto para um domínio tão acentuado da equipa de José Mota.
O certo é que esse lance e as mudanças de Ricardo Paiva ao intervalo (Chidozie foi um dos que saiu) melhoraram um Boavista que só tinha mesmo de fazer uma trajetória ascendente no que toca ao rendimento nesta partida.
O Farense baixou linhas e depois de duas tentativas de dilatar a vantagem - Marco Matias e Belloumi estiveram perto de marcar - a equipa de José Mota acabou por baixar o rendimento.
Só que, enquanto o nível dos jogadores da frente foi baixando, o de Ricardo Velho foi sempre a subir, ao ponto de levar os adeptos do Farense a gritar "Ricardo" após uma sequência de grandes intervenções do guarda-redes revelação da Liga Portugal.
Joel Silva, Bozeník, Makouta e Bruno Lourenço não conseguiram ultrapassar o último muro do Algarve e o Farense voltou a vencer.
Homem do jogo Flashscore: Belloumi (Farense)