Contratado no verão de 2022 ao Boavista, Musa nunca gozou de um estatuto de primeira linha nas contas de Roger Schmidt. O avançado andou na sombra de Gonçalo Ramos durante a temporada passada e começou a nova época no mesmo estado (suplente), mesmo com a saída do português a poucos dias do encontro com o FC Porto (2-0) para a Supertaça.
Com a primeira mão do Clássico a não correr de feição às águias, Schmidt lançou-o no regresso para a segunda parte e o jovem avançado mexeu com o jogo, fechando a vitória do Benfica com um golo, rumo à conquista do primeiro troféu da temporada.
Musa mereceu a titularidade no jogo seguinte, diante o Boavista (3-2), não correu bem (a ele e à equipa) e foi expulso, não jogando no jogo seguinte, na Reboleira. De regresso ao banco para a visita a Barcelos, numa altura em que Arthur Cabral já tinha assumido a camisola e posição que outrora pertenceu a Gonçalo Ramos, o camisola 33 voltou a mostrar as garras.
Perante as muitas dificuldades apresentadas pelos gilistas, Schmidt precisou de ir ao banco em busca de soluções e, de forma até algo surpreendente, Musa passou a 3.ª opção de ataque, atrás de Arthur Cabral e... Casper Tengstedt, o primeiro avançado a ser chamado a jogo para mudar o rumo dos acontecimentos no encontro da 3.ª jornada.
Imune a tudo o que circula ao seu redor, a verdade é que Musa entrou e correspondeu ao pretendido: na primeira oportunidade marcou o 3-1, no único toque que fez no interior da área do Gil Vicente nos quatro minutos em que esteve em campo, e revelou-se, novamente, decisivo para as contas finais dos encarnados.
Numa altura em que se fala muito sobre a possibilidade de ainda sair neste mercado de verão, Petar Musa vai dando conta da sua vida e mostra que o conhecimento que tem de si próprio (virtudes e defeitos) e sobre os colegas é determinante para estar na frente dos companheiros de posição, pelo menos no que toca a golos, uma vez que a nível de preferência do treinador parece ter perdido algum caminho para a concorrência.
Tempo bem aproveitado
Petar Musa contabiliza 44 jogos ao serviço do Benfica, apenas seis na condição de titular, e uma taxa de aproveitamento assinalável. O internacional croata, convocado pelo selecionador Zlatko Dalic para os próximos compromissos do seu país, precisa apenas de 93,23 minutos para fazer balançar as redes contrárias (13 golos em 1212 minutos).
Um registo muito interessante e que ganha ainda especial destaque se introduzirmos na análise os números dos últimos grandes goleadores da história mais recente do clube da Luz (ver imagem abaixo), sendo que Musa é, a par de Jonas, o único com média inferior a 100 minutos.
Gonçalo Ramos, por exemplo, precisava de 128,81 minutos para fazer golo (27 golos em 3478 minutos) na temporada passada.