Recorde aqui as principais incidências
Ainda é possível perder o título. Rúben Amorim reforçou a ideia que tem vindo a passar aos seus jogadores e aos próprios adeptos, mas a verdade é que falta cada vez menos para o Sporting ser oficialmente campeão nacional.
Não que ainda haja muitas dúvidas de que, mais cedo ou mais tarde, os leões vão levantar o troféu, mas o foco nesta fase decisiva é obrigatório para impedir a maior reviravolta da história da Liga Portugal.
No regresso a casa depois de dois triunfos importantes no Minho, Rúben Amorim manteve a maior parte da equipa que ajudou a desbloquear as últimas partidas, com exceção para a entrada de St. Juste. Já o Vitória SC, depois do desgaste que um plantel curto e os confrontos contra o FC Porto provocam, apresentou uma alteração relevante - Jota Silva ficou no banco de suplentes.
Apesar da correria desenfreada a cada jogo, o internacional português não estaria certamente em condições de participar na partida completa, isto porque a velocidade do avançado teria dado bastante jeito a um Vitória SC que jogou à procura do contra-ataque.
Com bloco baixo e sem pressionar a construção leonina, a equipa de Álvaro Pacheco tentou proteger o espaço central e a verdade é que, apesar de não se ver qualquer esboço ofensivo vitoriano, a estratégia começou por funcionar.
Depois de 20 minutos num jogo sem balizas, foi pelo corredor direito que o Sporting encontrou espaço para desbloquear a organização da equipa de Guimarães. Geny Catamo, que até estava em dúvida, rematou ao segundo poste e conseguiu mesmo ultrapassar Bruno Varela, só que Borevkovic, que estava a dificultar bastante a vida a Gyokeres, apareceu em cima da linha para evitar o golo verde e branco.
Esse lance foi a prova que faltava à equipa de Rúben Amorim. Afinal, a paciência podia dar resultados e o próprio público da casa sentiu isso mesmo ao não pressionar a construção sportinguista, mesmo quando a bola recuava até aos pés de Coates num espaço que o Vitória SC optou por não pisar.
A verdade é que nem foi preciso esperar assim tanto. Uma boa jogada construída pela esquerda e uma série de ressaltos abriu espaço para que Pedro Gonçalves (30') rematasse colocado para fazer o 1-0.
Como um simples toque pode virar um jogo do avesso, o Vitória SC viu cair a estratégia assim que sofreu. Para evitar a derrota, não dava para continuar sem pressionar, a menos que a ideia fosse esperar por Jota Silva, que viria mesmo a entrar na segunda parte.
A reação até prometeu, uma vez que uma saída mal calculada de Franco Israel só não deu penálti por fora de jogo de Afonso Freitas, mas esse momento não fez abalar a estrutura do líder. Aos 45'+3, Viktor Gyokeres voltou aos golos depois de uma tabela rápida entre Daniel Bragança e Pedro Gonçalves, que teve novamente influência direta com o passe para o golo antes do intervalo, a melhor altura para marcar, segundo os manuais de futebol.
Por muito que a ideia de Álvaro Pacheco fosse subir linhas e intensificar a pressão na segunda parte, a verdade é que novo aparecimento de Gyokeres voltou a tramar os planos ao técnico vitoriano. Aos 49', o avançado sueco só teve mesmo de encostar depois de mais uma jogada bem trabalhada pela equipa leonina, desta vez com passe de Trincão já na pequena área.
Ainda faltavam mais de 40 minutos de jogo, mas pareceu imediatamente que a história do jogo estava contada. O cansaço no Vitória SC e o espaço que a equipa de Álvaro Pacheco passou a dar nas costas abriu espaço para os ataques sportinguistas, ineficazes também já numa fase de descompressão.
Aos 58', Jota Silva acabou mesmo por entrar, mas, apesar de ter sido o internacional português a desperdiçar a melhor oportunidade da sua equipa na cara de Franco Israel, foi mesmo a aposta em Nuno Santos que trouxe as melhores ideias ao conjunto vitoriano.
Não o suficiente para mudar um jogo que já estava escrito quando entrou e que até podia ter terminado com vitória mais expressiva do Sporting, não fosse o golo anulado a Marcus Edwards, no reencontro com o Vitória SC (80'), e o desperdício do inglês no minuto seguinte.
Feitas as contas e o Sporting precisa apenas de mais duas vitórias para ser campeão nacional, que até pode ser uma caso o Benfica seja derrotado pelo Farense na segunda-feira ou pelo SC Braga na próxima jornada, o que abriria desde logo a possibilidade de título leonino em pleno Estádio do Dragão.
Homem do jogo Flashscore: Pedro Gonçalves (Sporting)
