Recorde aqui as incidências do encontro
Depois de três desaires consecutivos em três competições diferentes, Roger Schmidt operou uma autêntica revolução no onze com seis mudanças em relação à goleada no Dragão (5-0): Tomás Araújo, Bah, Florentino, Tiago Gouveia, Neres e Marcos Leonardo foram a jogo, Rafa Silva, João Neves, Di Maria, Morato e Tengstedt ficaram no banco, Otamendi, castigado, assistiu da bancada.
Por outro lado, Vasco Seabra também mexeu, mas pela metade,retirando Winther, Alejandro Marqués e João Marques para lançar Mangala, Wagner Pina e Cassiano. Os canarinhos, além de não vencerem há quatro jogos no campeonato, somaram o último triunfo na Luz no longínquo ano de 1950...
Do céu caiu a chuva... e o golo de Kokçu
Depois da homenagem a Minervino Pietra, o duelo começou com chuva no Estádio da Luz e um Benfica dominante a criar perigo num livre direto cobrado por Kokçu, uma espécie de ensaio para o que vinha a seguir. O Estoril, longe de ser inofensivo, espreitava as transições para tentar chegar à baliza de Trubin.
Aos 15 minutos, o médio turco demonstrou o porquê dos dirigentes benfiquistas terem aberto os cordões à bolsa para garantir a sua contratação. Depois de um passe de Neres, Kokçu não hesitou e deixou voar um remate de primeira, em arco, ao ângulo da baliza de de Dani Figueira. Que golaço!
As águias estavam com a corda toda e ficaram muito perto de punir a timidez estorilista pela segunda vez, numa fuga de Aursnes pela esquerda que terminou com o remate de João Mário para uma grande defesa de recurso de Dani Figueiras. Contudo, na primeira aproximação perigosa dos forasteiros, chegou o golo.
Heriberto, com um excelente pormenor sobre António Silva, furou pela direita, cruzou, Trubin sacudiu e, na pequena área, Rodrigo Gomes fuzilou para o empate.
Seguiram-se momentos de alguma apreensão nas bancadas, com o Estoril na mó de cima e Guitane à procura de fazer magia. No entanto, o jogo teve de ser interrompido porque alguns adeptos decidiram expressar a sua frustração com o arremesso de tochas e petardos para o relvado... lamentável.
A quebra de ritmo foi notória, o intervalo aproximava-se e a bola não andava perto de nenhuma das balizas. Em cima do descanso, David Neres insistiu depois de um canto, levantou para o segundo poste onde Tiago Gouveia cabeceou para a pequena área e Marcos Leonardo apareceu para assinalar a estreia a titular com um golo.
Foi o momento certo na altura certa para Roger Schdmit dar a palestra mais tranquilo. Ainda assim, o Estoril, não criando um grande volume de oportunidades, conseguia criar perigo com espaço para correr.
Gouveia aumenta, Trubin segura
No reatamento, sem alterações dos dois lados, o Benfica continuou por cima e ameaçou de longe por Neres. No minuto seguinte, Kokçu fez um passe simples para Tiago Gouveia, o extremo teve espaço para encarar de frente os antigos colegas de equipa, trabalhou bem sobre Mangala, encontrou uma nesga e rematou forte e cruzado para apontar o seu segundo golo no campeonato.
Em sinal de respeito, não festejou depois de marcar à antiga equipa, apesar de estar a candidatar-se a ser figura do jogo com um golo e uma assistência no regresso à titularidade... assim como Kokçu.
O Estoril, até então, nem vê-lo. O Benfica ia controlando a partida com posse no meio-campo ofensivo e nem as solicitações aéreas a Cassiano funcionavam. O melhor que conseguiu foi um remate de Heriberto para defesa tranquila de Trubin.
Na outra área, Dani Figueira evitou a dois tempos o bis de Marcos Leonardo, Kokçu atirou ao lado e uma bela jogada de Aursnes sobre a esquerda protagonizou novo duelo entre o guarda-redes português e o avançado brasileiro, com pedidos de grande penalidade. Manuel Oliveira foi ao monitor e explicou ao estádio que não havia motivos de grande penalidade.
A Luz não concordou e enquanto esbracejava protestos, Trubin foi obrigado a uma grande defesa para impedir o recém-entrado Alejandro Marquès na primeira intervenção em campo. Os canarinhos começaram a crescer, montaram o cerco à área benfiquista, mas não tinham acerto na hora de finalizar. Até ao apito final, Guitane voltou a pôr à prova o guarda-redes ucraniano que voltou a exibir bons atributos.
Schmidt aproveitou para gerir a equipa já a pensar na deslocação à Escócia para defrontar o Rangers. Prova disso foram as saídas de Bah, Neres, Marcos Leonardo, Kokçu e Aursnes, para as entradas de Arthur Cabral, João Neves, Morato, Carreras e Rolheiser, que somou bons minutos perante os adeptos. O médio português recém-entrado ficou perto do quarto golo, com um grande remate que embateu na trave.
Homem do jogo Flashscore: Orkun Kokçu (Benfica).