“É um jogo importante, um clássico, onde se defrontam as duas equipas que nos últimos anos ganharam mais títulos. A nível emocional nós preparamos os jogos todos da mesma forma, mas o ambiente que anda à volta de um jogo desta dimensão é diferente e os jogadores sentem isso, é normal, mas quando o árbitro apita esquecemos tudo aquilo que está à nossa volta. Temos muitos jogadores que gostava que jogasse de tampões nos ouvidos para se focarem nas suas tarefas durante o jogo. O meu estado de espírito é igual, jogar contra o Benfica ou contra outro adversário qualquer nestas circunstâncias. Estamos a uma distância que não estamos habituados do nosso rival e sabemos a tarefa que vamos ter pela frente, mas não colocamos o cenário de ganhar o jogo na nossa preparação, mas depois temos de o jogar e ganhar”, explicou Sérgio Conceição, elogiando o adversário: “Acho que me pedem para falar pouco da excelente época que o Benfica está a fazer e das dificuldades que vamos fazer, das dificuldades de um Rafa ou Neres na ala, do Aursnes a jogar por dentro”.
A 10 pontos do Benfica na frente da tabela, o FC Porto sabe que não tem margem de manobra nesta partida da 27.ª jornada da Liga se quer continuar a aspirar à conquista do título. Uma pressão que Sérgio Conceição encara com normalidade.
“Os nossos jogos são tão todos decisivos e ganham essa força a partir do momento em que depois deste ficam a faltar sete. Mas se ganharmos na Luz e perder o jogo a seguir fica difícil na mesma e tem a sua importância. São jogos de seis pontos, podemos sair da Luz com menos 13 ou a sete do Benfica ou com a mesma diferença. O nosso foco é ganhar o jogo, somar três pontos importantes e impedir o adversário de ficar com eles”, atirou, deixando depois um desabafo sobre o apoio dso adeptos: “Reconhecimento, tem pouco que ver com o que é o jogo de amanhã. Neste clube estamos permanentemente pressionados a dar o nosso melhor. Para nós perder é um problema, não gostamos de perder e vive-se muito pouco as vitórias, vive-se de uma fora muito intensa todas as derrotas. No mural estar a minha figura perto em termos de pintura, mas longe da história de Pedroto e do presidente. Fico sempre desconfiado com isso, o meu foco é no jogo de amanhã, obviamente agradecendo a paixão que os adeptos do FC Porto têm por mim até às 20 horas, porque se eu não ganhar isso vai mudar um bocadinho e é justo que assim seja”
E sobre a pressão de uma eventual derrota na luta pela Liga dos Campeões, com SC Braga e Sporting diretamente atrás, Sérgio Conceição apontou numa direção.
“É importante perceber a força e a qualidade com o SC Braga, que mostra muita regularidade, e o Sporting tem vindo a fazer ma segunda volta fantástica, mas o FC Porto tem de olhar para a frente, se não corremos o risco de tropeçar. A pressão faz parte do trabalho”, atirou.
E num jogo entre equipas grandes, Sérgio Conceição refletiu sobre a importância na classificação.
"Com o Sporting ganhámos os jogos, com o SC Braga ganhámos e empatámos fora, com o Benfica a jogar com menos um fizemos uma excelente exibição. Diz-se que o campeonato é ganho com os grandes, eu não tenho essa opinião. Perdemos pontos com as equipas teoricamente acessíveis", frisou.
Pepe e Diogo Costa de regresso
A preparação do FC Porto para o clássico com o Benfica ficou marcada pelas muitas ausências devido a lesão. Questionado sobre quem podia ir a jogo, Sérgio Conceição não se quis comprometer e garantiu esforços para recuperar os atletas até ao último dia.
“Vamos até à última. O Diogo Costa e o Pepe parecem bem melhor, o Evanilson não sabemos temos de esperar umas horas. O João Mário com alguma dificuldade, o Zaidu também temos de esperar. Não entro muito dentro para evitar outras interpretações”, atirou, falando das dificuldades em preparar a partida com tantas ausências: “Independentemente de condicionantes há sempre forma de trabalhar a parte estratégica, nem quem seja um lançamento de linha lateral, não preciso que estejam no máximo nível físico para trabalhar algumas situações. Queria ter toda agente disponível e no máximo e que estivessem com o ritmo competitivo de outros. Por exemplo, podemos contar com o Pepe amanhã, mas está sem competir há um mês. Obviamente que confio em toda a gente que trabalha aqui, nos preparados físicos, mas o jogo é jogo, nesse sentido não estaremos no máximo. Nunca utilizei como desculpa a ausência de um outro jogador, não o vou fazer também, mesmo tendo noção de que os jogos ganham outra importância”.
E a forma como as ausências influenciam o estilo de música levou a nova metáfora musical.
"Nenhum treinador quer as dores de cabeça que fazem mal: as ausências de jogadores que têm muitos minutos. Vamos vivendo com os jogadores que temos disponíveis, confiança total em toda a gente, mesmo em alguns jogadores que sobem da equipa B e vamos lidando com essa situação. A beleza do jogo é ganhar, sou muito pragmático nisso, utilizando quem tenho à disposição. O ano passado praticávamos um futebol fantástico em que tínhamos outros jogadores que nos permitiam chegar à baliza do adversário com uma dinâmica diferente, mas isso é a história do bombo ou do violino, depende de quem vê”, concluiu.