O seu antigo patrão, o desacreditado presidente da Associação Chinesa de Futebol, Chen Xuyuan, foi condenado a prisão perpétua esta semana por ter aceite subornos no valor de 9 milhões de euros. O sistema jurídico da China é fortemente controlado pelo Partido Comunista no poder e os tribunais têm uma taxa de condenação de quase 100% em casos criminais.
Os jornalistas locais reuniram-se em frente ao tribunal da província de Hubei, no centro do país, onde o caso de Li, de 46 anos, foi julgado.
Li, que foi selecionador da China de janeiro de 2020 a dezembro de 2021, é acusado de dar e receber subornos, bem como de participar em jogos manipulados, disse o tribunal de Hubei num comunicado na quinta-feira.
Li aceitou mais de 9 milhões de euros em subornos de 2017 a 2021, inclusive durante o mandato como treinador do clube Wuhan Zall, disse o tribunal.
"Li Tie fez a sua declaração final, declarou-se culpado e expressou remorsos", disse o tribunal, acrescentando que uma sentença seria anunciada em data posterior.
Li, que jogou 34 vezes na Premier League entre 2002 e 2004, participou num documentário transmitido pela emissora estatal CCTV em janeiro sobre a corrupção generalizada no futebol chinês.
A CCTV transmite regularmente confissões de suspeitos de crimes antes de estes comparecerem em tribunal, uma prática amplamente condenada por grupos de defesa dos direitos humanos.
No programa, Li disse que tinha arranjado cerca de 400.000 euros em subornos para garantir o cargo de treinador principal e que tinha ajudado a manipular jogos quando era treinador de um clube da Super Liga Chinesa.
"Estou muito arrependido. Devia ter mantido a cabeça no lugar e seguido o caminho certo. Havia certas coisas que, na altura, eram práticas comuns no futebol", disse Li.
Li disputou quase 100 jogos pela China.