Bournemouth - Everton: sábado (16:00)
A magia da Premier League reside, entre outras coisas, no facto de que mesmo no jogo entre a 13.ª equipa e a 16.ª, é possível encontrar inúmeras histórias interessantes. Como no caso do duelo de sábado no Vitality Stadium. Tanto Sean Dyche como Andoni Iraola, para quem esta é, de resto, a sua época de estreia no futebol insular, estão a prescrever aos seus comandados um jogo com o qual, noutras circunstâncias, poderiam facilmente estar pelo menos no meio da tabela.
As duas equipas têm-se caracterizado nos últimos tempos sobretudo pelo bom funcionamento das suas defesas, mas isso é um facto bastante conhecido. Se considerarmos uma amostra de jogos a partir de dezembro, ou seja, as últimas 15 jornadas, o Bournemouth é a quarta melhor defesa da liga em termos de qualidade das oportunidades de golo permitidas, enquanto o Everton está a uma distância considerável, na sétima posição.
A jogar contra a equipa da casa está o facto de ser pouco provável que possam contar novamente com o líder defensivo Marcos Senesi. Não só é um defesa ativo, com o segundo maior número de acções defensivas, como também é um dos melhores a tocar a bola. Ninguém tem mais cruzamentos e só os defesas do Manchester City registaram mais passes para o último terço.
O Everton é uma equipa extremamente específica no que diz respeito à criação de oportunidades. Nos últimos três meses, só marcaram um golo devido a uma pressão contínua com bola. Embora se deva acrescentar que isto também se deve a uma grande dose de azar ou de falta de pontaria, uma vez que, de acordo com a métrica xG, deveriam ter sido cerca de cinco. No entanto, isso não muda o facto de que a estratégia principal da equipa são os centros, situações padrão perfeitamente geridas e também contra-ataques.
Embora o Bournemouth só esporadicamente marque golos de bola parada, os centrais causam-lhes enormes problemas e, de acordo com uma análise aprofundada dos dados, são eles que permitem aos adversários o maior número de oportunidades. Este facto foi confirmado no primeiro jogo entre ambos, em que o Everton conquistou os três pontos após uma vitória clara por 3-0. O triunfo bem merecido também é comprovado pelos 3,10 - 0,91 na coluna dos golos esperados (xG). Será que o Iraola vai encontrar uma maneira de se defender contra um adversário desagradável desta vez, ou haverá outra derrota em casa?
Eintracht Frankfurt - Union Berlim: sábado (15:30)
O Union Berlim é uma das equipas que beneficiou da mudança de treinador na presente temporada. Nenad Bjelica substituiu Urs Fischer no banco de suplentes no final de novembro, quando a equipa estava na zona de despromoção. No entanto, o desempenho não correspondeu à sua posição e o fator psicológico desempenhou provavelmente um papel importante. Por isso, a subida ao atual 13.º lugar, com uma vantagem de nove pontos sobre a zona de despromoção, não é de todo surpreendente.
Depois de confrontos difíceis contra as equipas em ascensão Dortmund e Estugarda, o Union conseguiu vencer o Bremen antes da pausa internacional e vai tentar tirar pontos a outro favorito este fim de semana. E, mais uma vez, será uma equipa com ambições de vencer a Taça. Em suma, será um duelo entre o eficiente ataque do Frankfurt e a sólida defesa do Union, e a métrica dos xPoints, segundo a qual ambas as equipas deveriam ter marcado a mesma quantidade de pontos nos seus últimos 15 jogos, mostra como o jogo poderá ser equilibrado.
O ataque do Union pode ser muito unidimensional, mas o que ele faz, faz bem. Nomeadamente as bolas centradas, que, com Bjelica, são quase as mais eficazes de toda a Bundesliga. Como já deve ter adivinhado, o Frankfurt é a pior equipa do campeonato em termos de percentagem de cabeceamento defensivo. E não é só isso, pois os jogadores do Union são bons a executar passes penetrantes para as zonas de passe para trás e o atual adversário é vulnerável a interceptá-los.
O Frankfurt é uma equipa orientada para a rutura, mas o Union está sobretudo atento na defesa dos contra-ataques e deverá eliminar em grande parte este ponto forte do adversário. Outro argumento para uma possível surpresa é a ausência da dupla defensiva formada por Sebastian Rode e Aurélio Buta.
Valência - Maiorca: sábado (18:30)
Os jogadores do Valência também se estão a habituar ao novo treinador. Rubén Baraja assumiu o comando da equipa em meados de fevereiro e, até agora, conduziu-a em quatro jogos. A equipa somou cinco pontos, sobretudo graças a uma defesa tenaz. É óbvio que não teve tempo para implementar muitas das suas ideias no que diz respeito ao ataque. O Valência continua a criar muito poucas oportunidades de perigo (o ataque disfuncional é o que mais o tem atormentado esta época), o que pode ser um grande problema contra a defesa de qualidade do Maiorca.
Além disso, vai enfrentar uma ofensiva bastante diversificada e com um vasto leque de soluções no último terço, das quais se destacam os centros em profundidade, que são bem recolhidos pelos avançados Vedat Muriqi e Cyle Larin. O Valência tem a pior taxa de sucesso defensivo no jogo aéreo e também tem ganho uma baixa percentagem de bolas desviadas nos últimos tempos, colocando-se sob pressão. Baraja ainda não eliminou esse problema.
O Maiorca tem tido alguns resultados interessantes recentemente, incluindo uma vitória sobre o segundo classificado Girona. Dado o estado atual das duas equipas, não seria de estranhar uma divisão de pontos. O primeiro jogo entre as duas equipas terminou com um empate 1-1, num espetáculo aborrecido e com poucas oportunidades de golo. E o mesmo cenário pode acontecer desta vez.