Os homens de Klopp venceram o Tottenham por 4-2, no domingo, numa tarde eléctrica em Anfield, no seu penúltimo jogo no estádio - e a sua resposta foi a mesma.

"Parece muito estranho o que eu fiz, ninguém entende, eu tentei explicar", disse Klopp sobre o anúncio da sua saída: "Não disse o que disse porque não estava satisfeito com o ambiente no estádio ou com a forma como jogámos futebol. Penso que quando falei sobre o assunto, jogámos um futebol excecional, por isso não foi essa a diferença. Outras razões. Portanto, não, isso não influenciou a decisão".

Os golos de Mohamed Salah, Andy Robertson, Cody Gakpo e Harvey Elliott garantiram uma vitória muito necessária para os homens de Klopp, que tinham vencido um dos seus cinco jogos anteriores na liga e visto o seu desafio pelo título desmoronar.

O triunfo manteve a equipa matematicamente na luta pelo topo da tabela, embora as hipóteses sejam mínimas, já que está a cinco pontos do líder Arsenal, a duas rodadas do fim, e a quatro pontos do campeão Manchester City, que tem um jogo a menos que os dois.

Klopp, cuja última aparição na linha lateral de Anfield será a 19 de maio, quando o clube receber o Wolverhampton no último dia da época, foi questionado sobre a possibilidade de fazer os adeptos do Liverpool acreditarem nele depois de ter sido contratado em 2015.

"Este é um clube muito, muito especial", disse. "Não os obriguei a acreditar, lembrei-os de que é útil quando se acredita, é isso que eu penso. Todos estavam prontos para empurrar o comboio. E foi isso que fizemos durante oito anos e meio."

Quando questionado sobre o que é preciso para ser treinador do Liverpool, o jogador de 56 anos disse que adorava o "lado futebolístico", mas deu a entender que não gostava completamente de tudo o resto que vinha com o cargo.

"Treinar a equipa, crescer em conjunto como uma unidade, adoro essa parte", disse: "Mas o que é realmente difícil é o mundo exterior. Eu não sou uma pessoa de fora. Ainda hoje não percebo porque é que as pessoas querem um autógrafo meu, mas isso acontece com bastante frequência. É tudo o que preciso de parar a certa altura, ir para casa e sentar-me por um momento e ver como me sinto. As pessoas perguntam-me se vou ter saudades? Provavelmente, mas não sei. Nunca o tive. Mas, mais uma vez, a pergunta era: o que é que era preciso (para ser treinador do Liverpool)? Percebo um pouco de futebol, essa é provavelmente a minha habilidade. Adoro pessoas e, especialmente, jogadores de futebol. Por isso, desse ponto de vista, não foi difícil. Gostei muito".

O Liverpool joga no Aston Villa a 13 de maio, no seu penúltimo jogo.