Na entrevista exclusiva ao Flashscore, De Siervo comentou a possível punição da Juventus e detalhou as medidas da Serie A para combater o racismo no campeonato. O CEO explicou também o sucesso obtido pelos emblemas italianos nas competições europeias, com cinco representantes nas mais-finais dos principais torneios.
Escândalo da Juventus
A Juve recuperou provisoriamente os 15 pontos perdidos pelo escândalo de fraude fiscal no clube, mas aguarda novo julgamento. Questionado sobre um possível desfecho antes do fim da temporada da Serie A, Luigi De Siervo mostrou otimismo.
“Acho que teremos uma decisão prévia ao término do campeonato. Esperamos que este problema seja resolvido o mais rápido possível, e desejamos que isso se decida no prazo (de 30 dias)”, afirmou.
De Siervo descartou que o caso da Juventus prejudique a imagem da Serie A. “Pelo contrário. A Itália é o único país que investiga e toma medidas. Se o país não investiga, não acontece nada.”
Episódios de racismo
O CEO ressalvou que a Liga tem tomado medidas para combater o racismo nos estádios. De Siervo citou o castigo aos adeptos da Juventus, que entoaram cânticos racistas contra Lukaku na meia-final da Taça de Itália e detalhou as medidas que os responsáveis querem tomar.
“Estamos a tomar medidas, como câmeras nos estádios e reconhecimento facial. Dessa forma encontramos o responsável pelos atos e garantimos que ele não vá mais ao estádio. Recentemente tivemos a notícia de que 171 adeptos da Juventus receberam essa pena. Estão fora do futebol italiano para sempre. O caminho é: nenhuma piedade para os racistas”, declarou.
Sucesso na Europa
A Itália tem cinco representantes entre os seeminalistas das principais competições europeias: Inter de Milão e AC Milan na Liga dos Campeões, Juventus e Roma na Liga Europa; e Fiorentina na Liga Conferência. De Siervo atribuiu o êxito do país a três motivos.
“O primeiro é que somos uma Liga com quatro campeões diferentes em quatro anos. Isso elevou o nível da competição. O segundo é que em Itália sempre ensinamos a jogar futebol. Somos um país de grandes treinadores. O maior é Carlo Ancelotti, que todos vocês conhecem. Mas há toda uma geração de treinadores. E o futebol joga-se sempre com a cabeça”, afirmou.
“O terceiro é o grande investimento que os grupos nacionais e internacionais estão a fazer, porque o futebol italiano está a voltar ao nível que tinha. O Calcio está de volta.”
Reforma de estádios
De Siervo reconheceu que os estádios antigos do futebol italiano são um problema. O responsável mencionou a dificuldade de vários clubes em modernizarem as suas "casas", mas referiu a reforma do Gewiss Stadium, da Atalanta, como um exemplo de sucesso.
“Nos próximos cinco ou seis anos tudo tende a mudar. E esperamos ter estádios modernos, como aqueles que vimos no Campeonato do Mundo do Catar”, projetou De Siervo. Embora a Serie A não esteja diretamente ligada à candidatura italiana para receber o Euro-2032, o período citado pelo mandatário coincide com o planeamento de reforma dos estádios que podem sediar o torneio.