O Calcio está de volta? O sucesso europeu de um gigante que se quer reerguer

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O Calcio está de volta? O sucesso europeu de um gigante que se quer reerguer
Inter e Juventus estão no caminho de Benfica e Sporting
Inter e Juventus estão no caminho de Benfica e SportingAFP
É o slogan da Serie A para 2022/23 e o as boas campanhas europeias parecem dar sinais de esperança aos adeptos transalpinos. É, a par de Inglaterra, um de dois países ainda com hipóteses de ganhar as três provas europeias, um feito inédito, sendo que nos quartos de final vai ter embates com equipas portuguesas.

Se recuarmos à década de 80 no século passado, a Serie A era o campeonato da moda. Em San Paolo veríamos Diego Maradona a conduzir o Nápoles à glória, Preben Elkjaer conduzia o Hellas Verona ao título, Michael Laudrup não evitava a descida da Lazio, Platini e Boniek estavam na Juventus, Rummenigge no Inter, um tal de Paolo Maldini dava os primeiros passos ao lado de Franco Baresi, no AC Milan, Zico estava na Udinese, Sócrates na Fiorentina, Falcão brilhava na Roma e Júnior no Torino – a espinha dorsal do Brasil de 1982.

Na década seguinte apareceriam nomes como Roberto Baggio, Marco van Basten, Ruud Gullit, Frank Rijkaard, Jurgen Klinsmann, Lothar Matthaus. Zidane, Ronaldo. Itália era o campeonato mais forte e onde as grandes estrelas queriam estar e isso também se ia refletindo em termos europeus. Entre 1989 e 2000, só Ajax, Bayer e Schalke conseguiram quebrar a hegemonia italiana na Taça UEFA. Na Liga dos Campeões, os clubes italianos venceram quatro edições, sendo que só Espanha (três) chegou perto de igualar esse registo.

Contudo, problemas de corrupção, incidentes de racismo, infraestruturas a perderem qualidade e a falta de poderio financeiro para uma Premier League que encontrou forma de se comercializar e tornar-se no campeonato mais mediático do mundo, lugar que atualmente ainda conserva.

Desde 2002/03, quando Juventus e AC Milan se digladiaram em Old Trafford, numa final de Liga dos Campeões 100 por cento italiana, o troféu só rumou a Itália por mais duas ocasiões: 2007 e 2010, uma para cada rival de Milão, a última com Mourinho ao volante do Inter.

De lá para cá, a Juventus alcançou duas finais da Champions (2017 e 2015), o Inter esteve na decisão da Liga Europa (2020) e a Roma venceu a Liga Conferência (2022). Números que ajudam a explicar um declínio que também é suportado pelo ranking da UEFA. Itália (77,211) ocupa o quarto lugar em termos de coeficiente e já está a quatro pontos da Alemanha (81,731), terceira, e praticamente a 30 pontos da Inglaterra (19,857), no topo da tabela.

A seleção italiana venceu o Campeonato da Europa de 2020, mas falhou a presença nos últimos dois Mundiais (2018 e 2022) e atualmente são poucos os grandes nomes do futebol europeu que podemos encontrar pelos relvados transalpinos.

Contudo, esta temporada, o paradigma parece estar a inverter-se. A sair de uma fase hegemónica da Juventus (10 títulos consecutivos), a Serie A é, a par de Inglaterra, um dos dois principais campeonatos europeus com hipótese de vencer as três competições europeias – Liga dos Campeões, Liga Europa e Liga Conferência.

De resto, na principal prova europeia de clubes tem a garantia de que AC Milan ou Nápoles vão estar nas meias-finais, o que não acontece desde a Roma, em 2018, e pode haver a hipótese de se confirmar mesmo uma equipa transalpina na decisão caso o Inter deixe pelo caminho do Benfica. Manchester City e Chelsea são os representantes ingleses em prova.

Na Liga Europa, Juventus (vai defrontar o Sporting) e Roma (mede forças com Feyenoord) ainda podem protagonizar uma final 100 por cento italiana, algo que não acontece desde 1998, quando o Inter venceu a Lazio em Paris. Manchester United ainda continua em disputa.

Por último, a Fiorentina (encontro com Lech Poznan) vai procurar emular o feito da Roma na época passada e conquistar a segunda edição da Liga Conferência. West Ham vai curando a má época doméstica com a aventura europeia.

Seria uma época perfeita para um gigante que se procura reerguer e tomar de novo um lugar no topo do futebol europeu.