Recorde as principais incidências do jogo do Botafogo
Luís Castro revelou que teve uma reunião com John Textor, dono da SAF do Botafogo, na última terça-feira (27), e combinaram um novo encontro, assim que o Al Nassr apresentasse uma proposta oficial, que chegou na passada quarta-feira.
"Essa reunião será amanhã (hoje). Portanto, só vou tomar uma posição após a reunião entre o agente, o advogado e o clube. A partir daí, digo alguma coisa sobre tudo aquilo que se passou. Não é de bom tom da minha parte aceitar o que quer que seja sem, primeiro, haver conversas entre as partes", afirmou Luís Castro.
Em tom de despedida, o treinador enumerou as melhorias do clube durante o seu período, como os treinos no CT e o novo relvado do Nilton Santos. Castro lembrou ainda que o Botafogo estava na Série B e sofria com vários problemas, mas agora possui um plantel competitivo, que lidera o Brasileirão e está vivo na Sul-Americana.
"O conceito família não depende de uma pessoa. Muitas vezes, uma família existe, e o pai tem que sair para o estrangeiro para trabalhar e sustentar essa família. A família não se desune. Quando se ama, ama-se mesmo ao longe. Não é preciso estar junto. E se eu tomar a decisão de partir após a reunião de amanhã (hoje), sei que há um conceito de família Botafogo que fica aqui instalado", disse o técnico.
"E sei que há um conceito de espírito vencedor que ficará aqui instalado. E um plantel que fica aqui pronto para todas as batalhas que vêm pela frente. Fique ou parta, o Botafogo é muito maior do que as pessoas. O Botafogo tem um caminho de prestígio, e jamais será maltratado como maltrataram durante muitas vezes. Agora, o Botafogo merece o respeito de todos, através de grandes batalhas que nós travamos", acrescentou.
Questionado se houve uma mudança interna que justificasse a saída, o técnico irritou-se. Castro falou sobre "melhores condições de vida possíveis" para os filhos e reforçou que o Botafogo não depende de uma pessoa.
"Não podemos ser hipócritas"
"Quando aparece uma oportunidade de trabalho, o que você faz? Pensa nela ou põe de lado? Depende, não é? É como todos que estão aqui nesta sala, sem exceção. Nós não podemos ser hipócritas. Para cima de mim, não. Vocês já sabem que eu sou olho no olho. Todos vocês procuram melhores condições, todos vocês olham para os seus filhos", argumentou.
"Eu sei aquilo que nós construímos aqui, não tenho dúvida. Hoje é um Botafogo diferente, queiram ou não queiram. E não depende de uma pessoa. Se eu sair, o Botafogo vai continuar. André Mazzuco, Júlio (Gracco), Alessandro (Brito)… vai continuar. O Botafogo não depende de ninguém. Depende só do seu prestígio e da sua história honrada", atirou.
Português vaiado: "Eu entendo"
Luís Castro foi hostilizado pelos adeptos do Botafogo no Nilton Santos. O técnico foi vaiado quando seu nome apareceu na tela e alguns alvinegros protestaram com notas falsas, em alusão à proposta da Arábia Saudita.
"Entendo os adeptos. São adeptos emocionais, e um elemento que eles gostam tanto pode partir. Naturalmente, tem que partir para cima de mim. Eu entendo. Vou entender sempreos adeptos", minimizou Castro.