"Depois do Calciopoli, ganhámos o Campeonato do Mundo e não sabíamos como seria o futebol italiano na época seguinte. Eu já tinha assinado um contrato com o Real Madrid, mas o AC Milan ficou na Série A e na Liga dos Campeões, por isso decidi ficar nos rossoneri", admitiu o antigo médio numa entrevista à Radio TV Serie A.

O campeão do mundo de 2006 com a Azzurra disse ainda que o Barcelona esteve interessado numa transferência um ano mais tarde.

"Durante o Troféu Joan Gamper, Guardiola chamou-me ao seu gabinete porque me queria no Barcelona. Ao mesmo tempo, a ideia e a possibilidade de Ibrahimovic vir para (o Inter de) Milão estava a ganhar forma. No final, Ibra veio e eu fiquei", explicou Pirlo.

O antigo médio treina agora a Sampdoria, que está a lutar para evitar a despromoção à Série C, mas na época 2020-2021 treinou a Juventus, onde Cristiano Ronaldo jogava na altura.

"Treinar a Juve foi uma grande experiência. Foi uma viagem com uma equipa jovem e nova. Não me arrependo. Quando se treina o Cristiano Ronaldo, percebe-se como se torna no número um do mundo. É um profissional exemplar em todos os domínios: desde a alimentação e a recuperação até ao próprio treino", indicou.

"Quando era criança, era um grande adepto do Inter. O meu pai costumava levar-me de férias a Viareggio e, quando o Inter treinava lá, eu pedia-lhe para irmos aos autógrafos. Mas quando te tornas profissional, não é a mesma coisa", disse Pirlo, que jogou no Inter entre 1998 e 2001, com Mircea Lucescu como treinador por alguns meses, com o qual tinha jogado anteriormente no Brescia.

"Lesão na final de Istambul é difícil de digerir"

A maior lesão de Pirlo foi na final da Liga dos Campeões de 2005, quando o AC Milan vencia o Liverpool por 3-0 ao intervalo, mas acabou por perder nos penáltis. O italiano ficou tão perturbado que considerou sair.

"Com o AC Milan, ganhámos tudo, mas a maior vitória foi a primeira Liga dos Campeões. A ferida da final de Istambul é difícil de sarar. Cheguei mesmo a pensar em desistir. A minha aventura no AC Milan não terminou como eu sonhava, esperava poder continuar e ser útil, mas na altura havia uma política em que quem tivesse mais de 30 anos só era oferecido um contrato de um ano", revelou.

"E depois escolhi a Juventus. Foi uma vingança para mim. Queria mostrar a toda a gente que ainda era um futebolista capaz de jogar a um nível elevado e ganhei quatro campeonatos e cheguei a uma final da Liga dos Campeões", atirou.