Javier Milei: O presidente da Argentina que trocou Boca pelo River e uniu os clubes em protesto

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Javier Milei: O presidente da Argentina que trocou Boca pelo River e uniu os clubes em protesto

Javier Milei foi eleito este domingo presidente da Argentina
Javier Milei foi eleito este domingo presidente da ArgentinaAFP
Ultraliberal, extravagante e parte da direita conservadora, Javier Milei foi eleito no passado domingo como presidente da Argentina, ao derrotar Sergio Massa, antigo responsável das finanças. Conhecido pela personalidade invulgar, prometeu fechar o Banco Central e grande parte dos ministérios, mas as polémicas não se limitam ao campo da política.

Tal como boa parte dos argentinos, Javier Milei é um adepto ávido do futebol. Nascido em Buenos Aires, este (agora) antigo professor universitário torcia pelo Boca Juniors, mas há alguns anos chocou quando tornou pública uma mudança (que explicou ter sido momentânea) para o River Plate, grande rival dos xeneizes.

O motivo? Juan Román Riquelme e a disputa que teve com o entrão treinador, Julio Falcioni, que levou à saída do treinador em 2012. “Quando o Angelici despediu o Julio para manter o Riquelme, deixei de ser do Boca perante tanto populismo”, escreveu na altura no Twitter, sendo que já tinha revelado que deixou de ir à Bombonera desde que a retirada dos relvados de Martín Palermo, em 2011.

E se estas afirmações não causassem já algum espanto, na mítica final da Libertadores de 2018, que foi decidida no Bernabéu, Milei confessou mais tarde ter festejado o golo do River. “Quando entrou o Fernando Gago disse: ‘A partir de agora sou adepto do River’. E, no segundo golo, que é responsabilidade do Gago, festejei”, disse de acordo com a TyC Sports.

O fantasma das SAD

Coração e clubismos à parte, Milei também tomou uma decisão extremada e polémica (como em quase todos os assuntos) relativamente à introdução das Sociedades Anónimas Desportivas na Argentina. Os clubes continuam firmes na senda do associativismo, com associações sem fins lucrativos, como pilar do futebol no país e rejeitam qualquer ideia de perda de controlo por parte dos associados.

Milei, por seu lado, não foi simpático nas palavras. “Que c… interessa quem é o dono do River Plate se ganhar 5-0 ou for campeão do mundo? Preferem futebol com qualidade cada vez pior?”, atirou.

Declarações que acabaram por juntar os clubes do primeiro escalão da Argentina. Boca Juniors, Argentino Juniors (cujo presidente Cristian Malaspina é peronista) e até mesmo o Independiente (cujo líder anunciou o voto em Milei) foram intransigentes na resposta a Milei.

Pese embora todas estas polémicas, Milei assegurou uma das eleições consideradas mais cruciais para o futuro da Argentina e será empossado em dezembro como o novo presidente do país.