Remar contra a maré da história: Famalicão procura a primeira final da Taça

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Remar contra a maré da história: Famalicão procura a primeira final da Taça
O FC Porto venceu o único encontro disputado esta época por 4-1
O FC Porto venceu o único encontro disputado esta época por 4-1LUSA
A temporada começou mal e pode acabar bem. Se recuarmos meio ano no tempo, encontramos o Famalicão a lutar pela manutenção e com apenas uma vitória nas primeiras sete jornadas. Em abril de 2023, os famalicenses estão nas meias-finais da Taça de Portugal e a lutar por um lugar nas competições europeias. O grande obreiro do sucesso tem um nome: João Pedro Sousa, técnico que regressou ao clube em outubro.

Depois de uma temporada tranquila, em que o Famalicão terminou no oitavo lugar, a 12 pontos das competições europeias, o verão foi amargo para a equipa nortenha que, no mercado de transferências, viu sair 24 jogadores, segundo o Transfermarkt.

À cabeça saíram nomes como Alex Nascimento, Adrián Marín, Charles Pickel, Pêpê, Bruno Rodrigues, Ofori, Heriberto Tavares, João Carlos Teixeira ou Simon Banza. É certo que alguns estavam no clube por empréstimo, mas, nalguns casos, falamos de nomes imprescindíveis e que conquistaram o seu lugar na equipa então treinada por Rui Pedro Silva.

Foi precisamente o treinador de 46 anos, antigo adjunto de Nuno Espírito Santo, que assumiu a difícil tarefa de reestruturar o plantel famalicense no início da presente temporada. Ao todo, chegaram 13 novas caras à equipa, entre transferências a título definitivo, a custo zero ou cedências. Ainda assim, as novidades eram muitas e isso refletiu-se no início da temporada: antepenúltimo lugar à sétima jornada, com cinco derrotas e apenas um golo marcado.

Esses números valeram a saída de Rui Pedro Silva ainda em setembro, e a entrada de um velho conhecido: João Pedro Sousa, antigo adjunto de Marco Silva, responsável pelo histórico sexto lugar de 2019/2020, ano em que o Famalicão perdeu o acesso à Europa na última jornada.

Apesar do pouco tempo de trabalho - cerca de duas semanas, devido à paragem para as seleções -, o impacto foi imediato: goleada por 4-0 frente ao Boavista no primeiro jogo e subida ao 15.º lugar. Ainda assim, a equipa demorou a engrenar na senda das boas exibições e, aquando da paragem para o Mundial-2022, o Famalicão encontrava-se na parte inferior da tabela, com 11 pontos.

Na Taça da Liga a prestação também esteve longe do ideal, com o Famalicão a colecionar apenas uma vitória, frente ao Estoril Praia, nas quatro partidas realizadas. No entanto, tudo mudou com o regresso da principal competição do futebol português... e reabertura do mercado.

As chegadas de Deni Júnior, Alex Dobre e Leandro Sanca, em janeiro, revelaram-se fundamentais para a segunda metade da temporada, aumentando a qualidade e as alternativas no plantel. No final de janeiro, a equipa já se encontrava em subida, colecionando quatro vitórias nas seis partidas pós-Mundial.

A toada continuou e, em 2023, o Famalicão tem apenas cinco derrotas, frente a FC Porto, SC Braga, Gil Vicente, Benfica e Arouca, equipas que lutam pelo campeonato e pelos lugares europeus, à exceção dos gilistas. A isto junta-se ainda a excelente prestação na Taça de Portugal, com vitórias sobre Trofense, Dumiense, Leixões e BSAD.

À terceira é de vez?

Esses triunfos foram fundamentais para o Famalicão alcançar as meias-finais da prova rainha pela terceira vez na sua história. Curiosamente a segunda com João Pedro Sousa ao leme. A primeira presença aconteceu em 1945/1946, com os famalicenses a caírem às custas do Sporting por expressivos 11-0, numa altura em que o acesso à final se disputava em jogo único.

A segunda presença no lote dos quatro melhores aconteceu na mítica e histórica época de 2019/2020, precisamente no regresso do Famalicão à elite do futebol português. Na altura, o adversário foi o Benfica e a tarefa das águias foi bastante difícil. Na primeira partida, disputada na Luz, a equipa de Bruno Lage venceu por 3-2, com o tento da vitória a aparecer aos 90+5 minutos. Pelo meio, o Famalicão até esteve a perder, mas conseguiu a reviravolta em pouco mais de 10 minutos.

As dificuldades mantiveram-se na partida disputada no Municipal de Famalicão, mas o golo de Pizzi ainda na primeira parte revelou-se fundamental no desfecho da eliminatória. Toni Martínez - que também marcou em Lisboa - ainda reduziu, mas quem seguiu em frente foi o emblema encarnado.

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A terceira meia-final ditou duplo confronto com o outro grande do futebol português: o FC Porto. O historial entre ambos é altamente desfavorável aos famalicenses, já que, por exemplo, os dragões chegaram mais vezes à final na última década (4 finais, 2 títulos), do que o Famalicão às meias-finais. Outro fator que joga claramente a favor dos azuis e brancos são as 18 Taças de Portugal... e as 32 presenças em finais.

Este será o 25.º encontro entre ambos na história do futebol português e, nas partidas anteriores, vislumbram-se apenas quatro vitórias do Famalicão, a última em 2020 (2-1), na retoma do campeonato após a pandemia. No que toca à Taça, quatro jogos e quatro vitórias dos azuis e brancos, com um saldo de 15-2 em golos. Por tudo isto, estamos notoriamente na presença de uma partida que vai opor David contra Golias. Ainda que, dentro de campo, a conversa possa ser outra.