O piloto mais bem sucedido da Fórmula 1 utilizou a sua plataforma para realçar a injustiça racial, promover a diversidade e abordar uma série de questões, desde o ambiente aos direitos humanos.
A FIA atualizou o seu Código Internacional do Desporto em dezembro, exigindo autorização prévia por escrito para fazer ou exibir "declarações ou comentários políticos, religiosos e pessoais" nas corridas.
O presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, afirmou que esses comentários afastam-se dos assuntos do dia-a-dia da Fórmula 1, e não quer que a mesma seja "uma plataforma para uma agenda pessoal privada".
A mudança foi criticada por uma série de pilotos, bem como por grupos de direitos.
"Não vi as notícias durante o Inverno, mas ouvi-o", disse Hamilton, de 38 anos, numa videochamada após o lançamento do novo W14. "Não me surpreende, mas nada me impedirá de falar sobre as coisas que me apaixonam e sobre as questões que existem".
"Sinto que o desporto ainda tem a responsabilidade de se manifester, de criar consciência sobre temas importantes, particularmente porque viajamos para todos estes lugares diferentes", acrescentou o britânico. "Portanto, realmente nada muda".
Questionado sobre se estaria disposto a ser sancionado, Hamilton acrescentou: "Seria uma tolice dizer que gostaria de sofrer pontos de penalização por me manifestar. Vou continuar a dizer o que penso, pois ainda temos esta plataforma, ainda há muitas coisas que precisamos de resolver".
O inglês disse ainda que todos os pilotos estam alinhados em termos de liberdade de expressão e elogiou o chefe executivo da Fórmula 1, Stefano Domenicali, pelo seu apoio.