Questionado sobre o que faltou para que o Marítimo mantivesse o nível apresentado na primeira parte, José Gomes assumiu o desagrado para com a sua equipa. "O responsável sou eu, o plano de jogo foi decidido por mim, as decisões foram minhas e eu sou o responsável pela derrota. Mas no momento em que estamos temos de cobrar e ainda estou um pouco exaltado com o que os meus jogadores fizeram, sobretudo pela forma como entrámos na segunda parte", começou por dizer.

"Nada justificava alterar o plano de jogo, não foram dadas instruções para isso. Faltou a mesma intensidade nos movimentos de pressão e conseguir controlar a fase de construção de situações de finalização do FC Porto, sobretudo na zona de meio-campo. Contra equipas grandes, com jogadores de qualidade, que com meia oportunidade fazem golo, o jogo fica diferente. Houve coisas de que gostei muito na primeira parte, e uma ou outra na parte final, mas houve outras de que não gostei nada, que tenho a certeza que não vão voltar a acontecer", acrescentou.

Admitindo ter gostado de alguns momentos, o técnico rejeitou que as alterações feitas para a segunda parte tivessem tido impacto negativo na prestação da equipa. 

"O Vidigal tem jogado os jogos todos, consegue meter intensidade e velocidade, e podia substituir à altura o Léo (Pereira), e o Fernando é um jovem da nossa equipa B que também tem essa intensidade. Não foi pelas características dos jogadores ou por eles, foi pela forma como a equipa entrou. Só depois de ver e rever é que vou perceber o que aconteceu, porque nada foi feito ou dito para que tivéssemos alterado a forma de abordar o jogo e, sobretudo, os movimentos de pressão. Condicionámos o FC Porto, criámos mais oportunidades e, depois, deixámos de o fazer. E o FC Porto cresceu, ganhou terreno e, próximo da área do adversário, faz golos a qualquer equipa. Tem qualidade, é uma equipa muito bem trabalhada e, no fundo, estendemos o corredor para que pudessem passar e chegar ao golo. Não fiquei nada satisfeito com o que aconteceu nesses momentos iniciais da segunda parte", reforçou.

Sobre a incapacidade de aproveitar a vantagem númerica de que o Marítimo dispôs, José Gomes revelou o que falou com a equipa de arbitragem, aproveitando para resumir:

"Ainda não vi os lances que resultaram na expulsão. O que me disse o quarto árbitro é que não era falta no primeiro amarelo. A segunda falta também não vi. É difícil ser árbitro, não vou comentar, mas não chegámos a tirar partido da vantagem numérica. Onze para onze acho que estivemos melhor, dez para dez foi o FC Porto quem esteve melhor".