Mudanças e regressos
Em relação à equipa que perdeu com o Famalicão na ronda passada da Liga, Filipe Martins fez quatro alterações no Casa Pia. João Nunes, Derick Poloni, Yuki Soma e Felipppe Cardoso entraram para o onze, por troca com Fernando Varela, Lucas Soares, Romário Baró e Clayton Silva.
No que toca ao Marítimo, José Gomes fez mudanças após a derrota com o Benfica. Val Soares regressou depois de cumprir castigo e Riascos foi o escolhido para a liderar a frente de ataque. Mosquera e André Vidigal (suspenso) ficaram de fora.
O papel que ninguém quer
Casa Pia e Marítimo apresentaram-se num Estádio Nacional com uma boa moldura (sobretudo de adeptos insulares) com estados de espíritos diametralmente opostos. Os gansos com a segurança de uma manutenção praticamente assegurada e o sonho europeu na cabeça, enquanto os madeirenses desesperados à procura de pontos para fugir à despromoção.
Com este contexto, o jogo começou numa toada morna. O Casa Pia procurava a postura em que se encontra mais confortável (um bloco compacto para depois aproveitar a velocidade do trio da frente), enquanto o Marítimo ia sentido o desconforto de ter dominar a bola e procurar o caminho pela muralha que se ia erguendo à frente e retirando o espaço nas costas que Riascos tanto gosta de aproveitar.
Ainda assim, as equipas foram trocando golpes de parte a parte, para manter o adversário alerta. Godwin (7 minutos) rematou ao lado e Yuki Soma (39 minutos) testou a atenção de Carné, enquanto Riascos (11 minutos) assustou, Beltrame (22 minutos) obrigou Ricardo Batista a uma boa intervenção e Xadas (27 minutos) disparou sem perigo de fora da área.
Recorde aqui as principais incidências da partida
O erro
Num jogo tão equilibrado como este, o mínimo erro é fatal. E o Marítimo percebeu isso da pior maneira. Displicente, Vítor Costa mediu mal o atraso para o guarda-redes e Felippe Cardoso (41 minutos) recolheu a bola, bailou na cara do compatriota Carné, ultrapassou-o e estreou-se a marcar com a camisola do Casa Pia.
Festa dos adeptos do Casa Pia e desalento na cara de um Marítimo, carregado com a pressão de uma fuga à despromoção onde tem dois adversários colados e vê o Estoril a escorregar, mas sem conseguir aproveitar.
Golpe final
O segundo tempo trouxe um Marítimo mais agressivo e com vontade de dar a volta ao jogo. Contudo, a tarde era mesmo de Felippe Cardoso (50 minutos). Numa bela jogada coletiva Beni combinou com Godwin e cruzou para a área onde apareceu o avançado brasileiro a cabecear para o bis.
A perder por dois golos de diferença, os insulares foram abaixo animicamente. De resto, a falange de apoio que tinha sido a mais ruidosa até então silenciou-se e as caras encheram-se da mesma apreensão que era visível no rosto dos atletas.
Zainadine (69 minutos) e Cláudio Winck (72 minutos) ainda gozaram de boas oportunidades na sequência de bolas paradas, Riascos (79 minutos) e Xadas (81 minutos) tentaram com remates fortes, mas o golo não chegou e o apito final de António Nobre (que expulsou Renê Santos após falta sobre Clayton) selou a terceira derrota consecutiva dos insulares.
Com este resultado, o Marítimo está no 16.º lugar (que dá acesso a um play-off de manutenção) com 16 pontos, os mesmos do Paços de Ferreira e com mais um que Santa Clara, o lanterna vermelha. O Estoril, na zona de salvação, está a seis pontos.
Quanto ao Casa Pia encontra-se no sétimo lugar com 38 pontos, os mesmos do Arouca e a dois do Vitória de Guimarães, no último lugar de acesso às provas europeias (o sexto também poderá abrir as portas da Europa, dependendo do vencedor da taça).
Homem do jogo Flashscore: Felippe Cardoso (Casa Pia)