Após "uma análise aprofundada" por um perito jurídico, "a perda de Cardiff foi estimada em 120,2 milhões de euros", disse a advogada de Cardiff, Céline Jones, à AFP na segunda-feira, confirmando uma reportagem do jornal L'Equipe.

Esta análise deverá ser formalmente apresentada ao Tribunal de Comércio de Nantes esta segunda-feira à tarde, durante uma audiência técnica que definirá o calendário para o resto do processo.

O avançado argentino Emiliano Sala, de 28 anos, morreu em janeiro de 2019 num acidente de avião sobre o Canal da Mancha, a caminho do seu novo clube, o Cardiff City, a quem tinha sido vendido pelo Nantes.

O Cardiff City considera que o Nantes foi responsável pelo voo privado em que o futebolista embarcou e que a transferência não tinha sido efetuada no momento do acidente. Por conseguinte, o clube galês recorreu ao Tribunal de Comércio de Nantes para pedir uma indemnização pela perda de rendimentos e outros danos sofridos pelo clube em consequência da morte de Sala.

Segundo uma estimativa anterior, esses danos ascendiam a 100 milhões de euros, nomeadamente devido às perdas financeiras e de reputação resultantes da passagem do Cardiff da 1.ª para a 2.ª divisão.

"Se Sala tivesse podido jogar, teria inevitavelmente marcado golos entre janeiro e junho de 2019 e o Cardiff teria permanecido na primeira divisão. Seria irrealista pensar que ele não teria marcado nenhum golo", alegou Jones numa audiência em junho de 2023.

Contactados pela AFP, os advogados do Nantes não tinham respondido até à manhã de segunda-feira. Em junho passado, condenaram a atitude do clube galês como "no limite de todos os seus procedimentos".

Num outro caso relacionado com o litígio entre os dois clubes, o Tribunal de Futebol da FIFA condenou, no ano passado, o Cardiff a pagar ao Nantes o saldo da transferência do jogador argentino, que na altura era de pouco mais de 11 milhões de euros de um total de 17 milhões de euros.