Oportunidades não fazem o mercado do PSG positivo

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Oportunidades não fazem o mercado do PSG positivo

Luís Campos em conversa com Nasser Al Khelaifi
Luís Campos em conversa com Nasser Al KhelaifiAFP
A chegada de Luís Campos, em conjunto com Christophe Galtier, devia ter colocado o PSG em posição mais próxima de ser bem-sucedido no mercado de transferências. Janeiro trouxe um mês em que a equipa deixou sair Sarabia e falhou a contratação de Hakim Ziyech, deixando o plantel reduzido para os objetivos a que a equipa se propôs no início da época.

Com Luís Campos ao leme, a investida do PSG no mercado de transferências devia ser coerente, qualitativa e com os olhos postos no grande objetivo do clube: a Liga dos Campeões. À entrada para os oitavos de final da prova milionária, diante do Bayern, existem dúvidas que ameaçam ser importantes.

O dirigente português trabalha com empresários que oferecem jogadores, mas sempre em coordenação com o treinador Christophe Galtier, para escolher aqueles que correspondem em termos táticos ao que é permitido. No PSG dispõe de um orçamento quase ilimitado, contudo, as escolhas estratégicas durante as duas últimas janelas de transferências levantaram algumas dúvidas. Algo semelhante está a acontecer no Celta Vigo, onde é conselheiro, e para quem conseguiu o empréstimo de Haris Seferovic e a saída de Denis Suárez para o Espanhol, por 200 mil euros, reforçando um rival direto na luta pela manutenção.

Quatro novidades não ajudam a resolver o meio-campo

Carlos Soler apresentou-se claramente como uma oportunidade imperdível. Vice-capitão do Valência, o médio terminava contrato em 2023 e chegou por apenas 18 milhões de euros. Contudo, não conseguiu encaixar-se na forma de jogar de Galtier, não sendo nem um substituto direto de Neymar, nem um médio puro. Situação que lhe custou a presença no Mundial-2022, quando até estava a ser um dos homens da confiança de Luis Enrique. Fabián Ruíz, viu-se na mesma indefinição e sem muito espaço no PSG está a ver o Nápoles a caminho de se tornar campeão sem ele.

Contratado para ajudar Verratti, Vitinha revelou-se o par perfeito para o médio italiano. Contudo, contra equipas mais agressivas em termos físicos, nem sempre se consegue impor, uma dificuldade já demonstrada na época que passou ao serviço do Wolverhampton. As exibições menos conseguidas como '10' frente ao Marselha, na Taça de França, e com Neymar no meio-campo, diante do Mónaco, atestam as dificuldades de adaptação do internacional português sem a presença do colega italiano. Desejo antigo, Renato Sanches foi contratado ao Lille, mas as muitas lesões impediram qualquer tipo de afirmação do ex-Benfica. Contra todas as expectativas, é o jovem de 16 anos, Warren Zaire-Emery que se tem afirmado como mais-valia no meio-campo.

À procura da peça para a defesa

Um dos objetivos de Luís Campos era encontrar um defesa-central para fazer concorrência a Sergio Ramos, ou até mesmo ganhar o lugar ao internacional espanhol. Milan Skriniar sempre foi o alvo principal e vai chegar a custo zero no próximo verão, uma vez que os parisienses não conseguiram contornar a intrasigência do Inter para deixar sair o jogador já em janeiro. Mukiele foi contratado, mas nunca para assumir um papel principal e quando foi altura de chamar os suplentes, estava lesionado. Com 36 anos, Sergio Ramos vai mostrando as debilidades próprias da idade e não consegue lidar com espaço nas costas, muito menos contribuir ofensivamente.

Galtier viu-se forçado a apostar em Bitshiabu, um jovem de 17 anos, com potencial, mas que ainda precisa de ganhar confiança. Algo que ficou visível após o erro que permitiu o segundo golo do Mónaco e onde só recebeu o conforto de Marquinhos e Danilo Pereira.

Resultado: Entre lesões, maus momentos de forma e inexperiência, o PSG entra numa fase crítica da época com Galtier a duvidar se vai apostar num sistema de três centrais ou mudar para uma defesa a quatro.

Ziyech, a alegoria de um mau planeamento

O que é mais surpreendente é a falta de planeamento numa época que foi dividida ao meio devido ao Mundial-2022. Vários jogadores chegaram exaustos devido à competição do Catar e o melhor exemplo é Kylian Mbappé que regressou três dias após a derrota na final, foi a Nova Iorque numa viagem que misturou negócios e prazer, e jogou 90 minutos diante de uma equipa amadora na Taça de França. A lesão não foi surpresa e a urgência no regresso mostra a falta de alternativas. A contratação de Hugo Ekitike, até ao momento, não tem sido um sucesso, com o avançado ainda à procura do espaço na equipa.

Ainda sem certezas, mas Lionel Messi será titular diante do Bayern. O argentino também sofre de um cansaço físico e mental derivado de um Mundial-2022 onde conseguiu alcançar o sucesso que há muito procurava. Decisivo diante do Toulouse, evaporou-se com o Marselha, prova de que nã está nas melhores condições. As exibições de Neymar também não ajudam a dar garantias numa frente de ataque ficou sem Pablo Sarabia. A saída do internacional espanhol para o Wolverhampton só faria sentido se existisse um substituto imediato na calha, contudo, o raide por Hakim Ziyech, a 30 de janeiro, resultou num redondo falhanço, com Luís Campos e os outros responsáveis a não anteciparem o facto de a atenção do Chelsea estar exclusivamente virada na contratação de Enzo Fernández.

Um anós após a incrível eliminação diante do Real Madrid, o PSG encontra-se novamente numa posição delicada. Que pode ficar pior. Com a saída de Keylor Navas para o Nottingham Forest, Galtier reza para que Gianluigi Donnaruma não se lesione. No entanto, com este clube tudo pode acontecer.