Pinto da Costa elogia Conceição: “Estamos identificados num princípio de que é até morrer”

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Pinto da Costa elogia Conceição: “Estamos identificados num princípio de que é até morrer”
Sérgio Conceição está no FC Porto desde 2017
Sérgio Conceição está no FC Porto desde 2017FC Porto
No programa “Homens do Presidente”, do Porto Canal, Pinto da Costa falou sobre a contratação de vários treinadores que passaram ao longo dos últimos anos pelo FC Porto. Deixou largos elogios a Sérgio Conceição que já queria desde 2015, quando Julen Lopetegui deixou o comando técnico dos dragões, mas que acabou por chegar apenas dois anos mais tarde.

"Gostava de ter um treinador durante 20 anos, era sinal que em pelo menos 15 tinha ganho. Percebi que o Sérgio Conceição ia dar treinador depois do trabalho que fez na Olhanense. Nunca conheci clube tão complicado e o presidente dizia-me maravilhas dele. Depois faz um trabalho fantástico no SC Braga, onde perde uma Taça de Portugal a três do minuto do fim por um erro do defesa, e no próprio Vitória de Guimarães. Quando o Lopetegui vai embora, eu achava que o Sérgio Conceição era o treinador indicado, mas ele estava em Guimarães e quem estava comigo no futebol não acreditavam na mesma coisa. Não queríamos criar guerras com outros clubes, por isso acabámos por ir buscar o José Peseiro para uma fase de transição que foi para esquecer. Na comemoração dos 30 anos da Taça dos Campeões Europeus soube que o Sérgio Conceição estava em Portugal e fui falar com ele, para saber se era possível libertá-lo do Nantes. Ele veio ter comigo, percebeu a minha confiança e diss-me logo que sim. Foi um filme que acabou bem, é o treinador que considero mais parecido com o espírito do Pedroto", explicou Pinto da Costa, deixando um elogio ao atual timoneiro do FC Porto: "Estamos identificados nos objetivos, nas dificuldades, nos inimigos e num princípio de que é até morrer".

De Mourinho a Vítor Pereira

Ao longo da conversa, Jorge Nuno Pinto da Costa foi desafiado a falar sobre outros técnicos que marcaram a história recente do FC Porto. Começando por José Mourinho, que foi buscar à União de Leiria.

"Em termos teóricos foi um risco, mas eu tinha a certeza absoluta de que ia ser um sucesso, porque quando ele esteve cá com o Bobby Robson (era adjunto) percebi a importância que ele teve nos sucessos do treinador principal e a ambição que tinha. Recordo-me que um dia o presidente do União de Leiria ligou-me a perguntar sobre a mudança de um treinador e eu diss-lhe para ir buscar o Mourinho. Passado 15 dias ligou-me, a dizer: 'Ele é maluco, quer jogar ao ataque. Acha que é o FC Porto'. Disse-lhe para ter calma e o União de Leiria faz uma primeira volta sensacional. Nesse ano, ele tinha tudo para assinar com o Benfica a 29 de dezembro, porque era o José Veiga que o ia levar e foi passar o Natal ao Luxemburgo, portanto as coisas não ficaram feitas no dia 23. Então ligou-me o Baidek, mutio amigo do Mourinho. numa fase em que as coisas estavam a correr mal ao Octávio Machado. Disse que nesse ano não, mas que na época a seguir era outro assunto. Nunca gostei muito de mexer a meio da temporada. O Mourinho veio falar comigo, estava com um diferendo com o Benfica, que lhe queria impor um adjunto, e eu disse-lhe para não se comprometer. Ficou combinado que ia para o FC Porto na época seguinte. Entretanto, a saída do Octávio Machado percipitou-se e cheguei à acordo co mo União de Leiria, disse-lhe que comprávamos também o Derlei e o Nuno Valente, mais tarde o Maciel, e deixaram-no sair. Mostrou logo qualidade e apurou-nos para  a Taça UEFA", explicou.

Outros dos treinadores com muito sucesso no Dragão foi André Villas-Boas.

"Conheci-o no tempo do Robson, acho que eram vizinhos. Sempre acreditei nele. Quando foi preciso, fomos falar com ele, mas disse-me que estava comprometido com o Sporting, que já tinha falado com o Costinha. Na altura, o técnico era o Carlos Carvalhal, que fez um grande jogo e foi ovacionado em Alvalade. Liguei-lhe então para ir ter a casa do Antero e perguntei-lhe se tinha visto o que tinha acontecido no Sporting. À minha frente ligou para o Costinha, expressou dúvidas e ficou livre e então assinámos com ele. Demos-lhe matéria-prima, quase como que a a dizer para não estragar e teve grande sucesso", atirou.

Seguiu-se Vítor Pereira, então adjunto de Villas-Boas, quando o técnico principal saiu para o Chelsea por 15 milhões de euros.

"O Vítor Pereira teve muito mérito no sucesso no André Villas-Boas e acreditei que era uma boa solução. O André teve uma saída intempestiva depois de ter sido confrontado com um grande contrato do Chelsea. Eu exigi dinheiro e eles pagaram assim, deve ter sido do Abramovich e do Putin (presidente da Rússia), então não consegui impedir a saída. E se tinha alguém que considerava ter feito parte do sucesso, porque é que ia buscar outra pessoa que não conhecia o plantel? Foi uma aposta ganha, com o campeonato do Kelvin e outro sem derrotas", frisou.

Por último, Pinto da Costa fez um balanço positivo da contratação de treinadores.

"Acho que faria tudo igual, porque na altura tinha a convicção de que ia dar certo. E alguns não resultaram porque aconteceram coisas que não eram de prever", concluiu