Presidente da União Ciclista Internacional admite "preocupação" com os recentes acidentes

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Presidente da União Ciclista Internacional admite "preocupação" com os recentes acidentes
David Lappartient
David LappartientKMSP via AFP
"Quando se assiste a acidentes como este, violentos e graves, estamos obviamente preocupados", declarou David Lappartient, presidente da União Ciclista Internacional (UCI), numa entrevista à AFP, na sequência do aumento do número de acidentes de ciclismo.

O dirigente francês da UCI falava um dia depois do impressionante acidente na Volta ao País Basco, em que Jonas Vingegaard e Remco Evenepoel sofreram ferimentos graves.

Lappartient acredita que as razões são "multifactoriais". "O material é obviamente um problema. As bicicletas deram um salto extraordinário. Os recordes de velocidade são batidos em todas as corridas".

Os travões de disco também estão na mira dos sindicatos de ciclistas. "É algo que merece ser documentado. A UCI podia ter condicionado a autorização dos travões de disco à introdução dos cárteres (nos travões). Não foi esse o caso. É um assunto que queremos voltar a pôr em cima da mesa, não há nenhum assunto tabu", insistiu.

O presidente da UCI, "chocado" com a queda de Wout Van Aert na corrida da Flandres, em que ficou sem camisola depois de ter ido ao chão, aponta para a utilização de protecções "um pouco do tipo air-bag".

Lappartient disse, no entanto, que nem tudo pode ser atribuído ao equipamento, apontando também o "comportamento dos ciclistas" e falhas por parte de alguns organizadores.

"Muitas coisas foram feitas. Mas ainda há algumas coisas que não devem ser vistas. No prólogo no País Basco, Roglic quase bateu num carro no último quilómetro, perguntámo-nos o que é que o carro estava ali a fazer". Quanto aos próprios ciclistas, "vemos que 50% dos acidentes se devem ao seu comportamento".

"Não estou aqui para dizer que a culpa é deles. Pode ser devido a um momento de descuido. Mas é também por isso que queremos introduzir um princípio de cartões amarelos e vermelhos, como no futebol, a partir deste ano, para que os comportamentos perigosos sejam punidos", apontou.

Consciente de que "os sindicatos dos ciclistas esperam uma ação rápida", David Lappartient congratulou-se com o facto de as quatro famílias do ciclismo (organizadores, ciclistas, equipas e UCI) terem aceite a criação do SafeR, um organismo destinado a trabalhar em prol da segurança dos ciclistas.