Recorde as incidências da partida
Portugal perdeu com a Austrália, por 34-14, em jogo do Grupo C do Mundial2023 de râguebi, em Saint-Etienne, com os 'wallabies' a manterem esperanças de apuramento para os quartos de final.
Tal como frente à Geórgia, Portugal voltou a marcar dois ensaios, por Pedro Bettencourt (12 minutos) e Rafael Simões (70), e chegou a estar na frente do marcador (7-3), desta vez logo após o primeiro toque de meta.
Mas bastaram 10 minutos em inferioridade numérica para os ‘wallabies’ praticamente sentenciarem o encontro com três ensaios no período em que Pedro Bettencourt se encontrava suspenso, devido a cartão amarelo por placagem perigosa a um adversário.
O objetivo dos ‘lobos’ passava por aproveitar o momento conturbado do adversário para ‘entrar na cabeça’ dos australianos e colocar alguma areia na sua engrenagem, mas os toques de meta de Richard Arnold (19), David Porecki (22), Angus Bell (26) colocaram a Austrália a vencer tranquilamente por 24-7 ao intervalo.
Portugal até tinha equilibrado nalgumas estatísticas, como no domínio territorial (54%-46%) e na posse de bola (48%-52%) e nas placagens (75-75), mas pecou claramente nas fases estáticas, onde só ganhou dois em três ‘scrums’ e 5 em 7 alinhamentos, enquanto os australianos tiveram 100% de eficácia nessas fases.
Os ‘lobos’ voltaram e melhorar imenso na segunda parte e superiorizaram-se em todos os aspetos do ataque, terminaram com melhores percentagens de sucesso nas fases estáticas (85,7% no ‘scrum’ e 88,2% nos alinhamentos, contra 66,7% e 84,6%, respetivamente), mas a tranquilidade com que os australianos vieram do descanso foi decisiva.
Podia ter sido diferente se a equipa portuguesa não tivesse voltado a estar ansiosa nos últimos metros. Isso foi evidente num ensaio não validado a Nicolas Martis (36), que ‘mergulhou’ demasiado cedo e permitiu a interceção de um rival, e noutro não validado a Mike Tadjer, que não conseguiu fazer o toque de meta num ‘maul’ em que Portugal dominava.
Rafael Simões (70), na saída de uma formação ordenada, conseguiu, finalmente, pontuar no final de um período em que Portugal chegou a ter mais dois jogadores em campo, devido aos amarelos vistos por Matt Faessler (59) e Samu Kerevi (62), reduzindo o marcador para 29-14.
Mas a Austrália, que tinha chegado primeiro ao ensaio na segunda parte, por Fraser McReight (47) rapidamente ‘fechou as contas’ por Marika Koroibete (75).
Portugal voltou a entusiasmar as bancadas, a bater-se olhos nos olhos com uma das maiores potências mundiais da modalidade, mas voltou a não conseguir superá-la, o que não sendo propriamente uma surpresa acaba por ser frustrante, em função da evolução que tem vindo a apresentar.
Resta uma última oportunidade para materializar a qualidade de jogo que os ‘lobos’ apresentam, no próximo fim de semana, frente às Fiji (8 de outubro).
