“O Casa Pia tem feito um excelente campeonato, tem sido a equipa surpresa, por assim dizer. Porque todas as equipas que vem da segunda divisão são competitivas. Sofre poucos golos, é demonstrativo do trabalho que fazem. Na Europa é das equipas promovidas que melhor está, que eu tive a curiosidade de ir ver. É uma equipa bem montada, com bom espírito, e eu conheço bem o capitão, o Vasco Fernandes, que foi meu jogador. Além disso é um relvado num jogo que pode dificultar muito a nossa vida, mas temos uma ambição muito grande para uma das deslocações mais difíceis do campeonato”, explicou Sérgio Conceição, frisando a necessidade de vencer para continuar a aproximação ao Benfica, primeiro classificado, que está a cinco pontos: “A nossa obrigação é de olhar para nós, e não digo isto porque é bonito, mas porque é a verdade. Temos de ganhar os nossos jogos porque não dependemos só de nós e este vai ser mais um importante na nossa caminhada para continuar em busca do primeiro lugar",

Depois do desaire com o SC Braga, o Benfica parece atravessar um momento mais convulso, com o caso Enzo Fernández a também marcar a atenção fora do relvado. Ainda assim, o treinador do FC Porto não quis falar do rival.

“Estou atento ao que é o nosso trabalho diário e aos nossos jogos. Olhamos principalmente para nós e a motivação está dentro de casa, no nosso trabalho e nos nossos jogadores”, disse.

E ainda sobre o relvado do Estádio Nacional, tantas vezes criticado por Sérgio Conceição, o treinador dos azuis e brancos tentou tirar um pouco de ênfase.

“Critiquei muitas vezes, porque era um relvado antigo, entretanto já mudaram. Encontrámos um bom relvado na final da Taça de Portugal. Não tenho conhecimento que esteja em mau estado, de qualquer das maneiras está previsto que chova à hora do jogo, pode influenciar naquilo que vai dar, mas na preparação do jogo não afetou”, atirou.

“O Al Nassr está a tentar ganhar a Liga dos Campeões”

Ausente da partida, ainda a recuperar de lesão, Pepe acabou por ser motivo de conversa. A Marca, em Espanha, deu conta na vontade do Al Nassr, onde está Cristiano Ronaldo, levar o central português de 39 anos e Sérgio Conceição respondeu desta forma.

“O Al Nassr quer fazer uma equipa para ganhar a Liga dos Campeões, mas isso não é possível que são de outro continente. O mercado fica sempre à porta do Olival. O Pepe é o que toda a gente sabe e o que representa para o clube é demasiado grande e forte, a ligação que tem aos adeptos, ao clube e a cidade em si. Nem se fala, nem se pensa nisso. Pensamos muito nos nossos objetivos, no que temos pela frente e o que passa pela cabeça dele, apesar de estar indisponível, é o jogo com o Casa Pia. Teve o infortúnio de se magoar na seleção e agora temos e o recuperar. Mesmo não estando fisicamente apto para o jogo é sempre um jogador importante”, disse.

No entanto, Pepe, tal como Marcano e Uribe são três jogadores que terminam contrato no próximo verão e que podem começar já a negociar uma saída a custo zero dos dragões.

“Os jogadores têm contrato até ao final da época pelo menos e isso é o que me interessa como treinador. O que é importante para mim e para eles é pensar nos objetivos que temos a conquistar”, frisou.

Balanços só no fim

O regresso das competições domésticas após o Mundial-2022 teve um impacto imediato. Benfica e PSG sofreram as primeiras derrotas da temporada, com o Nápoles a também sofrer o primeiro desaire nas provas internas.

Questionado sobre o impacto desta paragem e da forma como retirou lições em relação ao que aconteceu em 2020, com a pandemia de COVID-19, Sérgio Conceição remeteu tudo para o final da época.

“São contexto diferentes. Trabalhámos muito no período em que tivemos em casa pela maldita pandemia. Agora estivemos juntos, possibilitou-me ter o grupo de trabalho, trabalhar situações com determinados jogadores, ter jogadores da equipa B, o que foi interessante. O impacto que pode ter ou não, veremos no final da época. Acredito que poderá ter algo positivo para algumas equipas. Nós começámos bem o campeonato, e estamos importados com o que fazemos. No geral, não estamos habituados a uma paragem deste género, por isso só no final podemos fazer essa análise”, concluiu.