"Estou aqui há alguns anos como treinador, estive noutros como jogador e nesta casa nunca, mas nunca, se atira a toalha ao chão. Olhamos sempre os adversários de frente. Estamos longe, é verdade, mas as contas fazem-se no final", disse Sérgio Conceição, à Sport TV.
"Cabeça erguida, máximo empenho e espero que toda a gente continue assim. Não venham com mensagens para dentro e para fora, é para toda a gente: para quem ama o FC Porto e para quem trabalha dentro do FC Porto. Toda a gente no mesmo sentido e, depois, em maio, sentamo-nos, vemos as contas, o que fizemos de bom e menos bom, e qual o planeamento para a próxima época", acrescentou o treinador do FC Porto, lamentando as ocasiões falhadas pela equipa no clássico com o SC Braga, que levaram os azuis e brancos ao segundo jogo consecutivo sem marcar golos.
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"Foi um jogo muito difícil para as duas equipas. Para o que criamos somos muito pouco eficazes a nível ofensivo, numa equipa grande, com as oportunidades que temos. Não podemos ter dois jogos a zero seguidos. O golo está caro", defendeu Sérgio Conceição.
"Tivemos sete, oito ocasiões de golo claras nestes dois jogos e não marcámos, por isso fomos eliminados da Liga dos Campeões e ficámos mais longe do líder. Mesmo assim, hoje ficou demonstrado que ainda somos uma equipa muito competitiva. Se saíssemos daqui com a vitória penso que seria justo, assim como o SC Braga, caso marcasse nesta parte final. Temos de continuar a trabalhar e melhorar", explicou Sérgio Conceição, que logo na primeira parte fez duas substituições.
"O treinador está cá para mudar, seja aos 10, aos 15 ou 90 minutos. Aquilo que foi preparado foi muito semelhante ao que fizemos em casa e onde ganhámos 4-1. O Otávio a jogar na direita mas, no processo defensivo, por dentro, porque sabíamos que o SC Braga explora muito o espaço no corredor central, entre linhas, com o Evanilson descaído sobre a direita a compensar o Otávio, com o Mehdi mais sobre a esquerda e a linha defensiva normal", explicou o treinador do FC Porto, rejeitando falta de confiança da equipa após a eliminação da Liga dos Campeões e a distância para a liderança.
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"Faltam nove jogos no campeonato, esses nove jogos tínhamos de os ganhar e disputar na mesma. A confiança é trabalho, vem no dia a dia, na forma como trabalhamos, como somos sérios e dedicados. Depois, falhar um golo em frente à baliza, pode acontecer. Aquilo que peço aos atletas, muitas vezes, é alguma serenidade de espírito, porque há algumas situações que são incrivelmente más no sentido da definição. Lembro-me de situações no último terço em que podemos definir de forma fácil sem oposição e falhámos. Temos de interpretar o jogo de uma forma inteligente e intensa, muito metidos no jogo, mas de forma inteligente e, por vezes, isso não acontece", lamentou Sérgio Conceição, que no final do jogo cumprimentou, um a um, todos os jogadores, a maior parte deles esgotados, deitados no relvado do Municipal de Braga.
"Sim, deixaram tudo no relvado. Faltou essa clarividência, mais maturidade competitiva em alguns momentos do jogo, ou seja, perceber que representamos o FC Porto e, nestes ambientes, jogos difíceis contra boas equipas, é preciso um bocadinho mais de cada um nesse sentido. Não é de um momento para o outro que se mudam mentalidades e que os jogadores evoluem nesse sentido. Não tem a ver com a distância percorrida pelos jogadores, a forma abnegada como estão no jogo, a forma como disputam cada duelo, mas depois é preciso algo mais estando no FC Porto. É isso que faz parte do nosso trabalho e vamos certamente evoluir, mas sabemos que cada ponto que se perde agora, mais neste último terço do campeonato, pode ser decisivo. Mas há momentos e fases assim. Tivemos sete ou oito ocasiões claras nestes últimos dois jogos e não fizemos golos. Ficámos mais distantes do líder do campeonato e fomos eliminados da Liga dos Campeões. É olhar para isto, perceber o que temos de fazer, continuar a trabalhar da mesma forma e melhorar o que temos a melhorar", assumiu Sérgio Conceição.