Superior Tribunal de Justiça decide que Robinho deve cumprir pena por violação no Brasil

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Superior Tribunal de Justiça decide que Robinho deve cumprir pena por violação no Brasil
Robinho pode ser preso no Brasil por condenação por violação em Itália
Robinho pode ser preso no Brasil por condenação por violação em ItáliaProfimedia
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu esta quarta-feira que o ex-jogador Robinho deverá cumprir no Brasil a pena de nove anos de prisão, imposta na Itália, por violação coletiva de uma jovem.

Nove dos onze magistrados do STJ, entre eles apenas uma mulher, votaram a favor da prisão de Robinho pelos factos ocorridos em 2013, quando o brasileiro era jogador do AC Milan.

Dois dos magistrados manifestaram-se contra. Ainda há recurso sobre esta decisão, pelo que o antigo avançado, que não compareceu à sessão em Brasília, ficaria em liberdade por enquanto, segundo os seus advogados.

Plenário do STJ decidiu que Robinho cumprirá pena de no Brasil
Plenário do STJ decidiu que Robinho cumprirá pena de no BrasilAFP

Em 2022, Robinho foi condenado em Itália, em última instância, a nove anos de prisão pela “violação coletiva” de uma jovem albanesa.

O caso ocorreu numa discoteca de Milão, em fevereiro de 2013, época em que o avançado jogava no AC Milan.

Robinho já tinha regressado ao Brasil quando foi condenado a nove anos de prisão pela justiça italiana em 2017, sentença confirmada pelo Tribunal de Cassação em janeiro de 2022. Como a Constituição brasileira não permite a extradição dos seus nacionais, a Itália solicitou, em fevereiro de 2023, que ele cumprisse a pena no seu país natal, o que é possível desde a entrada em vigor de uma lei brasileira de 2017.

Se este pedido não fosse aceite, "o Estado brasileiro permitiria a impunidade de um crime reconhecido por um Estado estrangeiro", afirmou o primeiro juiz a votar, Francisco Falcão.

Os magistrados do STJ não se pronunciaram sobre o mérito do processo, mas apenas avaliaram se o pedido do tribunal italiano era admissível do ponto de vista jurídico.

No início da sessão, o advogado de Robinho, José Eduardo Alckmin, pediu que um novo julgamento sobre o mérito do caso fosse realizado no Brasil, como é "direito e garantia individual de todo cidadão brasileiro".

Lula depõe

Ausente na quarta-feira, o antigo internacional brasileiro, com cem jogos pela seleção nacional, foi considerado culpado em Itália pela violação coletiva de uma jovem albanesa, que festejava o seu 23.º aniversário numa discoteca de Milão. De acordo com a acusação, Robinho e outros cinco brasileiros obrigaram a vítima a beber "até ficar inconsciente e incapaz de se defender" e depois tiveram "relações sexuais com ela várias vezes seguidas" .

O ex-avançado sempre defendeu a sua inocência, como voltou a fazer no domingo, atribuindo a sua condenação ao "racismo".

"Foi consensual. Nunca neguei (ter tido relações com a vítima). Podia ter negado porque o meu ADN não foi encontrado, mas não sou mentiroso", disse numa entrevista ao canal de televisão brasileiro TV Record.

"Joguei em Itália durante quatro anos e vi muitas histórias de racismo (...). As pessoas que me condenaram são as mesmas que não fazem nada contra o racismo", disse.

Na semana passada, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse ser a favor de que Robinho cumpra a pena no seu país, para "pagar o preço da sua irresponsabilidade". A violação é um crime "imperdoável", sublinhou.

Formado no Santos, clube do "Rei Pelé", Robinho passou por grandes clubes europeus como Real Madrid, Manchester City e AC Milan, mas a sua carreira nunca atingiu o patamar que parecia prometido.

Em 2020, tentou um último regresso ao Santos, mas o seu contrato foi rescindido sob pressão dos adeptos e patrocinadores devido à sua condenação por violação, pondo assim um ponto final definitivo na sua carreira.

O destino de Robinho foi decidido no mesmo dia em que outro antigo internacional brasileiro, o lateral Dani Alves, ex-Barcelona e Paris SG, viu o seu pedido de fiança aceite pela justiça espanhola, depois de ter sido condenado no mês passado a quatro anos e meio de prisão por violação em primeira instância.

O jogador poderá sair da prisão enquanto aguarda o recurso, mediante o pagamento de um milhão de euros, "um escândalo" para o advogado da queixosa, que denunciou a "justiça para os ricos".

O caso Dani Alves teve grande repercussão em todo o mundo, mas não provocou a menor reação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), dos clubes ou dos antigos companheiros que jogaram ao lado do jogador na seleção canarinha.