Arábia Saudita ganha WTA Finals e quer fusão da ATP com WTA

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Arábia Saudita ganha WTA Finals e quer fusão da ATP com WTA

A Arábia Saudita não organiza o WTA Finals e coloca mil milhões em cima da mesa para a fusão da ATP e da WTA
A Arábia Saudita não organiza o WTA Finals e coloca mil milhões em cima da mesa para a fusão da ATP e da WTAProfimedia
A edição deste ano do WTA Finals terá lugar em Riade, uma vez que o último concorrente, Ostrava na República Checa, se retirou da competição. No entanto, o jogo saudita é muito mais importante: o reino do Médio Oriente está a colocar mil milhões de dólares (915 milhões de euros) em cima da mesa em troca da fusão da ATP e da WTA num circuito conjunto, no qual os sauditas teriam uma participação importante.

A equipa editorial checo-eslovaca do Canal+ confirmou esta terça-feira que o mais recente rival de Riade para as finais da época da WTA Finals desistiu da competição. O empresário Tomáš Petera, que estava por detrás da candidatura de Ostrava, admitiu numa entrevista à estação televisiva que a decisão não lhe competia. "Passámos de seis candidatos para dois, mas infelizmente a WTA escolheu Riade", disse Petera.

"Só conheço uma explicação para a escolha de Riade: dinheiro. Os sauditas devem ter oferecido condições muito melhores, caso contrário não faz qualquer sentido. A assistência e o ambiente aqui teriam sido muito melhores. A República Checa é tradicionalmente um país de ténis e penso que merece receber um evento deste tipo", prosseguiu o empresário.

Após o fiasco organizativo do WTA Finals em Cancun, no outono passado, tudo indica que o torneio se irá realizar na capital da Arábia Saudita. Para já, não oficialmente - estamos à espera de confirmação - mas a proposta inclui mais três edições, até 2026, inclusive. Tal como tem acontecido com os torneios de golfe, o Reino da Arábia Saudita não se contenta com uma fatia do bolo, quer ficar com tudo.

É por isso que, como noticiou esta terça-feira o The Telegraph, a família Saud ofereceu uma verba de mil milhões de dólares (cerca de 915 milhões de euros) através da empresa governamental PIF para a fusão das competições ATP e WTA num sistema comum. Os pormenores e o âmbito da fusão não são conhecidos, mas a oferta permaneceria válida durante 90 dias após a sua apresentação. A defesa chega Andrea Gaudenzi, o presidente da ATP, que dirigiria a nova entidade após a fusão.

O italiano apresentou a proposta às partes interessadas em Indian Wells. É uma espécie de ironia, porque ainda em setembro passado se falava da fusão da ATP e da WTA no contexto de não permitir que os sauditas tomassem conta dos jogos. Hoje, são eles que estão por detrás de uma proposta que prevê alterações sobretudo na série de competições ATP/WTA 1000, o que, por sua vez, obrigaria a mudanças no mundo do ténis em geral. É significativo o facto de a proposta não incluir os torneios do Grand Slam.

Uma das alterações propostas causou indignação na Austrália, uma vez que os sauditas pretendem que a época comece em janeiro com um novo torneio 1000 em Riade, o que afectaria claramente a United Cup australiana e os outros torneios australianos/neozelandeses que antecedem o Open da Austrália.

Recorde-se que a Arábia Saudita já acolhe as Next Gen ATP Finals e patrocina a classificação ATP. Até agora, tem havido uma oposição significativa na comunidade WTA à tentativa do país de acolher torneios femininos, devido aos direitos muito limitados das mulheres e das minorias.