Exatamente quatro anos e quatro dias depois do primeiro duelo, esperaram para se voltar a encontrar. Na altura, Hubert Hurkacz (17.º ATP) estava no topo, mas esta terçafeora foi o melhor tenista chinês Zhizhen Zhang (60.º ATP) que contou com o apoio da sua cidade natal, Xangai, e com uma série de oito vitórias consecutivas, incluindo contra jogadores mais bem classificados.

O encontro de terça-feira começou com uma demonstração de força do polaco, que precisou de menos de dois minutos para vencer o primeiro jogo. No segundo, atingiu o seu primeiro break point do encontro, mas Zhang não lhe ia facilitar a vida. Apartir das vantagens equilibrou o encontro com um dropshot e depois fechou o jogo com um ataque poderoso. Foi esse o sinal: o anfitrião estava a acelerar rapidamente e a procurar soluções não convencionais, sem medo de correr riscos. Foi levado por ondas de aplausos das bancadas, embora as trocas de bola impressionantes - normalmente curtas - que terminavam em pontos de Hurkacz fossem também coroadas com aplausos estrondosos.

Ambos os jogadores continuaram a ser implacáveis no ataque, não deixando praticamente nenhuma hipótese para o seu rival marcar. Foi apenas no oitavo jogo que o intervalo voltou a estar próximo a favor do polaco, mas Zhang não desiludiu o público nesses momentos. Com uma taxa de sucesso superior a 90 por cento no primeiro serviço, Hurkacz foi inquebrável - em todo o set, não cedeu mais do que uma vez dois pontos no seu próprio serviço.

No entanto, como Zhizhen Zhang também não ia permitir uma quebra de serviço, foi necessário um tie-break. Nesse tie-break, Hurkacz foi o primeiro a perder um mini-break e as bancadas vibraram de alegria. No entanto, a partir de 0-2, o polaco conseguiu chegar a uma vantagem de 4-2, o que significava que poderia desenvolver uma vantagem crucial com o seu serviço. Não deu certo, fez uma má escolha com a bola na raquete e, empurrado para a defensiva, deixou-se apanhar (6-6). Só então o set extremamente equilibrado chegou ao fim, graças a um erro de Zhang.

Tudo equilibrado

O primeiro set foi muito exigente do ponto de vista físico, com os dois jogadores a dispararem foguetes a mais de 200 km/h, a descolarem para a rede como bólides e a não pouparem o rival a correr por todo o court. Este facto ficou patente na menor eficácia de ambos os jogadores, definitivamente mais do lado de Hurkacz. No seu serviço, rapidamente permitiu que Zhang chegasse aos 40-15 e falhou a defesa na segunda vez.

O anfitrião pareceu ganhar uma força extra e abriu caminho para 3:0, aumentando a pressão sobre o jogador de Wroclaw. Este último secou momentaneamente o seu jogo e parece ter atingido o seu objetivo - não só deu confiança a si próprio, como também forçou um erro de Zhang, que cometeu a primeira dupla falta do encontro e, momentos depois, uma quebra de serviço restabeleceu o equilíbrio do set. Nos três jogos seguintes, o polaco concedeu apenas um ponto ao seu rival!

No entanto, o chinês recompôs-se de forma exemplar, vencendo não só o seu próprio jogo, mas também quebrando Hurkacz após um erro não forçado a 5-3. Com o seu serviço, Zhang teve de fechar o set. Perdeu os dois primeiros pontos, mas o polaco devolveu-lhe os dois pontos seguintes e até atirar a raquete contra o court. A partir de uma defesa profunda, Hurkacz marcou dois pontos com confiança e regressou aos 4-5.

Com o seu próprio serviço, o polaco só tinha de fazer o seu, mas depois de um rápido 0:-0 ficou extremamente nervoso. O desafio bem sucedido de Zhang colocou-o a apenas um ponto da vitória, e Hurkacz não podia acreditar e começou a discutir com o árbitro. Sem ritmo, não conseguiu defender-se de um break, dando a vitória ao seu rival. Três break points num set é algo que não costumamos ver no polaco.

Sangue frio no momento decisivo

Cansados à medida que o duelo se aproximava das duas horas, os jogadores entraram no set decisivo com calma. Hubert Hurkacz manteve o equilíbrio e não cedeu um ponto sequer a Zhang nos três primeiros jogos de serviço. Este último também não deixou o break fechar, mas aos 4-3 pediu uma pausa médica, queixando-se de dores nas costas.

No regresso, conseguiu ganhar o primeiro ponto de serviço do outro lado, mas o panorama do jogo não se alterou: winners consistentes no serviço levaram a 6-5 para Zhang e o polaco teve de controlar os nervos para se manter em jogo. Fê-lo de forma exemplar, não cedendo mais nenhum ponto.

Desta vez, a sua mão também não tremeu no início do tie-break, com ambos os tenistas a conseguirem terminar os seus serviços com um ponto. Só o erro de Zhang no peso do primeiro mini-break fez com que o jogo ficasse 5-3 para o polaco. Um ás e um potente smother fecharam o duelo, mas custaram a Hubert muito mais do que o esperado.