A carreira pode estar no seu crepúsculo, mas Wawrinka provou estar um nível acima de um adversário 15 anos mais novo, ao conquistar uma vitória por 6-3, 4-6, 6-4 e 6-2 num solarengo Court 3.
Foi a primeira vez em três anos que Wawrinka atingiu a terceira ronda de um Grand Slam e a recompensa é um duelo mediático com o atual campeão Novak Djokovic, o homem que fez chorar depois de o vencer na final de Roland Garros, em 2015
Wawrinka, atual 88.º classificado no ranking, prolongou a carreira apesar dos problemas nos joelhos, perdeu na primeira ou segunda ronda nos últimos seis torneios do Grand Slam em que participou.
"Há muito tempo que não ganhava grande coisa nos Grand Slams", disse Wawrinka ainda no court, ele que em tempos transformou o chamado big four num big five ao vencer o Open da Austrália de 2014, o Open de França um ano mais tarde e o Open dos Estados Unidos de 2016.
"Tenho trabalhado arduamente para voltar a um nível melhor e estou contente com a forma como estou a subir", prosseguiu depois de uma exibição impressionante contra o 29.º cabeça de série do torneio.
Terreno de caça
Wimbledon nunca foi o terreno de caça mais feliz de Wawrinka, tendo chegado apenas por duas vezes aos quartos de final e vê-se agora na terceira ronda pela primeira vez desde 2015.
Djokovic, que procura o quinto título consecutivo em Wimbledon e o oitavo no total, lidera o confronto direto entre ambos por 20-6, mas nunca se defrontaram em relva.
"Vou gostar se não morrer", disse Wawrinka sobre o iminente duelo com o sérvio, que só perdeu duas vezes em Wimbledon desde 2013 - uma das quais devido a lesão.
"Estou feliz por ter a oportunidade de jogar contra ele na relva, pelo menos uma vez. É um grande desafio, mas espero conseguir chegar a um nível mais elevado e ser competitivo. Vou esforçar-me ao máximo e ver o que acontece", indicou.
Para que Wawrinka tenha alguma hipótese de travar a marcha de Djokovic rumo a um 24.º título do Grand Slam, vai precisar de todas as ferramentas ao seu dispor, especialmente o seu backhand caraterístico.
Esta pancada, objeto de montagens intermináveis na Internet, amoleceu Djokovic no confronto de Roland Garros, em 2015, e na final do Open dos Estados Unidos, em 2016, quando o suíço produziu três sets de brilhantismo quase impossível de domar.
Na quinta-feira, mostrou-se também em boa forma, tal como o seu forehand que parecia um martelo, embora tenha sido a experiência o fator de desempate, ao fazer Echeverry correr de um lado ao outro do court.
Só no segundo set é que Wawrinka vacilou por breves instantes, mas depois de quebrar o serviço num 3-3 no terceiro set, agarrou o jogo com unhas e dentes e venceu com alguma folga.