Xavi Hernández sabe que muitos olhos estarão postos em si e no Barcelona, relegado novamente para a Liga Europa depois de ter voltado a fracassar na Liga dos Campeões. Parece algo distante, porque aconteceu antes do Mundial do Catar e tem pouco a ver com a realidade atual, de pura felicidade, que atravessa a equipa.
Sem Osmane Dembelé nem Sérgio Busquets uma vez mais, os blaugrana tentarão alcançar um bom resultado na primeira mão dos dezasseis-avos de final para que cheguem com alguma margem de erro a Old Trafford.
O treinador catalão continua a sentir "raiva" por não poder escutar o icónico hino da Champions, mas considera que é uma competição "muito dura". Parece ter claro que teria tomado outras decisões se pudesse voltar a setembro, ainda que de pouco sirva olhar para o passado. "Já não podemos voltar atrás, claro. Talvez tivesse mudado coisas a nível tático ou de jogadores. Não há que pensar mais nisso. Isto continua e temos de continuar a demonstrar do que somos capazes. O Barcelona é uma prova constante e é difícil".
Otimista, apesar da dificuldade
Xavi acredita que o duelo frente ao Manchester United é "importante", mas da mesma forma que o é contra o Cádiz, no próximo fim de semana, ou o duelo da segunda mão em Inglaterra.
Ainda assim, não se coíbe de reconhecer que é "um bom teste" por diferentes razões: porque é uma equipa que é "muito boa em transições" e porque o Barcelona tem vindo de épocas "sem sucesso". Por todas estes pontos, tanto a equipa técnica como o plantel estão "entusiasmados por passar a eliminatória", que será "de um nível muito elevado".
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"Não tenho de convencer ninguém. Era uma mudança de modelo de jogo e estamos a crescer. Estamos todos muito bem alinhados porque vejo o estádio cheio e o presidente também está encantado pela forma como jogamos. Sinto-me mal pelos que não estão, mas aqui dentro estamos", respondeu Xavi sobre a alegada existência de um sector que ainda parece insatisfeito apesar da inquestionável liderança em LaLiga.
O treinador deixou ainda elogios a Erik ten Hag, que superou a polémica a respeito da má relação com Cristiano Ronaldo e a posterior saída do avançado português, demonstrando as suas qualidades para o cargo. "É um treinador excelente e interessante. Reverter a situação do Manchester United não era nada fácil. A maneira de jogar também diz muito. É um rival muito duro para amanhã. É um técnico ofensivo e demonstra-o em quase todas as equipas. É uma referência para quem gosta deste futebol".
De Jong e Araújo são fundamentais
Por outro lado, Xavi fez também referência a dois jogadores que orienta. Primeiro, destacou o bom trabalho de Frenkie de Jong. "Ele foi muito claro comigo e disse-me que queria ficar connosco. Está num grande momento e a aproveitar muito em campo".
Os elogios estenderam-se ainda a Ronald Araújo, que é directamente responsável pelo facto de os culés terem sofrido apenas sete golos na LaLiga: "É um líder e tem condições para marcar uma era a nível do clube e a nível mundial. É um jogador espectacular para nós".
O treinador do Barcelona, que espera que não volte a repetir-se uma invasão de adeptos visitantes em Camp Nou, lembra que "aprende-se com os erros" e, questionado sobre as informações recentes que apontam para o pagamento de 1.4 milhões de euros a um vice-presidente do Comité Técnico de Árbitros da federação espanhola, foi sucinto:
"Tento concentrar-me no futebol, mas este clube tem coisas destas. Há um comunicado. Nada mais. São anos em que já nem sequer estava aqui".