De um lado, o Paris Saint-Germain (PSG) de Nuno Mendes, Danilo Pereira, Renato Sanches e Vitinha; do outro, o Lille de Paulo Fonseca - e da respetiva equipa técnica portuguesa -, Tiago Djaló, José Fonte e André Gomes. Nada mais, nada menos do que um frente-a-frente entre os dois mais recentes campeões franceses.
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O conjunto parisiense atravessa uma pequena crise de resultados, tendo somado diante do Bayern (1-0) o terceiro desaire consecutivo, mas segue líder do campeonato francês com cinco pontos de vantagem sobre o rival Marselha. Já os dogues contam apenas duas derrotas em jogos oficiais em 2023 e chegaram recentemente ao quinto lugar da Ligue 1, que vale o acesso às competições europeias.
Lille em busca do que ainda ninguém conseguiu
Os comandados de Christophe Galtier vivem, por isso, dias de muita pressão. A derrota em Marselha custou a eliminação da Taça de França (2-1) e o mau resultado de terça-feira coloca a equipa em desvantagem para a visita a Munique, na Liga dos Campeões. Pelo meio, foi público o desentendimento entre Luís Campos e alguns elementos influentes do plantel durante a visita ao Mónaco, para a Ligue 1 (derrota por 3-1), o que faz deste um momento apetecível para qualquer formação que procure pontuar diante do todo-poderoso PSG.
Ciente de que todos os pontos contam na luta pelos lugares europeus - até porque o Rennes está logo ali à espreita -, o Lille procurará capitalizar o mau momento do adversário. Contudo, e tendo certamente a vitória em mente, saberá também que terá de fazer aquilo que nehum outro emblema conseguiu na presente temporada na principal competição interna: vencer no Parque dos Príncipes.
Nos nove jogos disputados no seu reduto para o campeonato, o PSG venceu sete e empatou dois (frente a Mónaco e Reims), contando 26 golos marcados e 10 sofridos. Por seu lado, na condição de visitante, o Lille venceu apenas cinco dos 11 jogos realizados, tendo perdido quatro e empatado dois. Nestes duelos, festejou por 17 vezes e sofreu 10 tentos.
Para além disto, a história recente atribui claro favoritismo ao conjunto da capital. Olhando para os 10 recentes confrontos entre as duas equipas na ville lumière, é possível perceber um claro ascendente dos da casa, que durante este período apenas sofreram um empate e uma derrota. E não podemos esquecer, claro, o jogo da primeira volta, que terminou com um claro 7-1 a favor dos parisienses.
Um PSG letal e um Lille que gosta de jogar
Espera-se, portanto, uma missão difícil para o Lille, que, ainda assim, terá uma palavra a dizer no encontro. A formação liderada por Paulo Fonseca não foi alvo de um grande investimento, quer no mercado de Verão, quer no de Inverno, mas nem por isso deixa de merecer elogios e observações simpáticas pelo futebol positivo que apresenta.
"É a primeira vez que tenho um treinador que joga assim, com riscos na construção da jogada", destacou recentemente José Fonte, sublinhando a filosofia do treinador português, que priveligia "colocar a bola no chão, criar problemas aos adversários e encontrar jogadores entrelinhas".
E, de facto, esta é uma característica notória do Lille. Sem medo a construir e com um futebol apoiado e rendilhado, o emblema lilloise não deixa de errar, mas a verdade é que tem acertado muitas mais vezes do que aquelas em que falha. E, como se isso não fosse suficiente, torna muito mais agradável um jogo tantas vezes enfadonho.
Para isso, em muito contribuem o misto de experiência e irreverência de Fonte e Djaló, habitual dupla no eixo da defesa, bem como a capacidade técnica superior de André Gomes, médio que tem sido aposta clara do técnico luso e que apontou um dos golos do triunfo diante do Rennes, estabelecendo-se cada vez mais como peça fundamental na dinâmica do Lille.
"O André é muito importante para nós. Com ele, o nosso estilo é diferente. Tecnicamente é um jogador diferente pela capacidade de decisão, pela coragem de jogar com a pressão e pela capacidade de jogar mais alto no terreno. Tem muita experiência", sustentou recentemente Paulo Fonseca.
Sem renunciar a uma identidade muito própria, a turma do norte de França vai dando boa conta de si, mas estará consciente de que, no domingo, o mínimo erro pode ser cobrado com um duro castigo. Isto porque do outro lado estará um PSG repleto de nomes sonantes do futebol mundial.
Apesar do intenso volume de jogos, é expectável que Galtier não promova grandes alterações ao que tem sido o seu onze base, até numa tentativa de dar resposta aos recentes resultados menos conseguidos.
Renato Sanches é carta fora do baralho por lesão, mas, tendo por base o modelo habitualmente apresentado, Nuno Mendes, que esteve em grande evidência na segunda parte do embate com os bávaros, deve ser o titular na ala esquerda, com Danilo a funcionar como esteio e Vitinha num meio-campo que tem a função de servir o ataque composto por Lionel Messi, Neymar e Kylian Mbappé.
Estão, portanto, reunidas todas as condições para um jogo de excelência. Falta apenas o apito inicial.
