Antigos jogadores de râguebi pedem mudanças para prevenção de lesões cerebrais

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Antigos jogadores de râguebi pedem mudanças para prevenção de lesões cerebrais

Os subscritores da missiva pretendem tornar a modalidade mais segura para a atual e para as futuras gerações
Os subscritores da missiva pretendem tornar a modalidade mais segura para a atual e para as futuras geraçõesWorld Rugby
Dezenas de antigos jogadores amadores de râguebi escreveram para várias entidades desportivas alegando que, até agora, não foi feito o suficiente para que se previnam lesões cerebrais na modalidade, estando em cima da mesa a possibilidade de instauração de um processo judicial.

A missiva foi enviada à World Rugby, à Rugby Football Union, que gere o râguebi inglês, e à Welsh Rugby Union, tendo sido subscrita por mais de 55 jogadores amadores.

O grupo inclui várias antigas jogadoras internacionais, jogadores masculinos de elite, que praticaram a modalidade antes de esta se ter tornado profissional em 1995, elementos de equipas de formação e familiares de um atleta que faleceu com encefalopatia traumática crônica (CTE).

O objetivo passa por minorar as lesões para aqueles que ainda estão no ativo e também garantir que a modalidade se torna mais segura para as gerações futuras.

A Rylands Garth, empresa de advogados que está por trás da ação, representa já mais de 275 antigos atletas profissionais que padecem de lesões cerebrais, entre os quais Steve Thompson, que venceu o Campeonato do Mundo em 2003 pela Inglaterra, e Ryan Jones, antigo capitão do País de Gales, que apresentaram ações semelhantes contra vários órgãos governamentais. 

"Não interessa o patamar em que as pessoas jogaram ou jogam, seja a nível de formação ou sénior, profissional ou amador, masculino ou feminino. Infelizmente, estão a ser detetados os mesmos problemas neurológicos em todos os níveis de jogo", explicou Richard Boardman, responsável da equipa legal.

"É uma situação de vida ou morte para muitos. A grande maioria dos atuais e antigos jogadores que representamos amam a modalidade e não querem vê-la prejudicada de forma alguma. Agora também repesentamos o espólio dos antigos jogadores a quem foi diagnosticada CTE depois da morte, o que constitui uma prova definitiva de que a doença foi motivada pelo desporto de contacto. Os envolvidos só querem tornar a modalidade mais segura para que as atuais e futuras gerações não acabem como eles", justificou.

Boardman revelou ainda que os subscritores da missiva pedem às organizações de gestão da modalidade "mudanças imediatas", incluíndo um limite obrigatório nos contactos feitos em treino, bem como uma melhor avaliação.

Bill Beaumont, presidente da World Rugby, falou sobre o bem-estar dos jogadores numa carta aberta emitida esta quarta-feira, antecipando o ano de 2023, no qual se disputará o Campeonato do Mundo em França.

"Decidimos fazer de 2022 um ano de foco no bem-estar no râguebi e estou orgulhoso do que alcançámos juntos", salientou, assegurando novas medidas para futuro.

"Não devemos e não vamos ficar parados. Este ano teremos pesquisas independentes e revistas sobre os estudos com os protetores bucais inteligentes. Estes dados vão dar-nos uma perspetiva nunca antes conhecida do jogo e vão servir de base para futuros desenvolvimentos em termos de leis, protocolos e diretrizes de apoio ao bem-estar".

"Existirão também desenvolvimentos relacionados com outros pilares principais do nosso plano de bem-estar, incluíndo o compromisso com a educação e o apoio a antigos jogadores. Tudo isto vai ajudar a reforçar a posição do râguebi enquanto a mais progressiva modalidade no que respeita ao bem-estar do atleta", acrescentou.