O Arouca entrou em campo com a manutenção praticamente garantida e com possibilidade de ultrapassar o Vitória de Guimarães no quinto lugar, o último de acesso às competições europeias, dependendo daquilo que os conquistadores conseguissem fazer no Estádio da Luz. Já o Paços de Ferreira, procurava dar sequência ao triunfo conseguido na última jornada, numa altura em que todos os pontos são fundamentais na hercúlia missão de lutar pela manutenção na Liga portuguesa.
Recorde aqui as incidências do jogo.
E a verdade é que o encontro não começou de feição para a formação pacense. Depois de ter sido obrigado a mexer logo à passagem dos dez minutos, por lesão de Alexandre Guedes, que saiu em lágrimas do relvado, rendido por Fábio Gomes, César Peixoto viu Rui Pires travar Alan Ruíz, já dentro da grande área, num lance passível de marcação de grande penalidade. Contudo, chamado a converter, João Basso enganou Marafona, mas acertou na trave.
Diz o ditado que um azar não vem só... e que o diga o Paços de Ferreira. Três minutos depois, Paulo Bernardo foi também obrigado a sair, tendo sido substituido por Luiz Carlos, e aos 34 minutos Nico Gaitán ficou em claras dificuldades, tendo-se temido a necessidade de nova substituição, que esgotaria os momentos de paragem previstos para o Paços. Porém, o médio argentino recuperou, numa altura que coincidiu com o crescimento dos castores no jogo.
À meia-hora, Alan Ruíz cobrou um canto ao segundo poste, com a bola a ter sido imediatamente colocada no lado contrário, onde surgiu Juan Delgado a cabecear para defesa atenta de Thiago - que substituiu o castigado Ignacio De Arruabarrena. E 15 minutos depois foi a vez de Gaitán tentar a sua sorte, ganhando posição em zona central para disparar ao poste.
A resposta foi imediata e saiu do pé direito de Rafa Mujica - que antes já tinha tentado visar a baliza contrária -, num remate para defesa a dois tempos de Marafona, que segurou o nulo registado ao intervalo.
Ruíz & Mujica, Lda
Apesar do equilíbrio registado na primeira metade, não demorou para que o marcador fosse inaugurado na segunda. Ainda antes dos dez minutos da etapa coplementar, Alan Ruíz atirou de pé esquerdo, desde fora da grande área, para defesa apertada de Marafona e Mujica, na recarga, não perdoou, confirmando o seu sexto tento na presente edição do campeonato.
Estava melhor o Arouca nesta fase e, pouco depois, Mujica voltou a estar em destaque, ao tentar servir Tiago Esgaio, valendo ao Paços a ação providencial de Nuno Lima, que evitou o segundo.
Perigo numa área, perigo na outra. Na reação, Gaitán foi da direita para o meio e rematou em força, mas ligeiramente por cima da baliza adversária, antes de Nuno Lima ter tido nos pés uma chance de ouro para empatar, tendo atirado por cima na sequência de um canto.
O Paços de Ferreira entusiasmava-se na procura do golo, mas os arouquenses rapidamente mostraram que podiam fechar a partida na transição, com a dupla de ataque sempre em evidência. Alan Ruíz em zona central, isolou Mujica com um toque de classe e o avançado, isolado, tentou colocar a bola no momento da finalização, mas acertou em cheio na trave.
Um Paços ferido, mas longe de estar acabado
Ainda assim, os castores não se deixaram alarmar e continuaram em busca de um resultado favorável, cientes de que qualquer ponto que conseguissem levar de Arouca será extremamente importante para as contas de fim de época.
E, ente avanços e recuos, os comandados de César Peixoto acabaram mesmo por chegar ao empate. A 15 minutos dos 90, Gaitán combinou com Luiz Carlos e o brasileiro, com um cruzamento tenso, obrigou a defesa arouquense a trabalho extra, com a bola a sobrar para o argentino, que, já na pequena área, não vacilou.
A igualdade estava feita, mas o Paços de Ferreira queria mais e servia-se da inspiração de Gaitán para sonhar com o triunfo, que podia ter sido uma realidade no minuto seguinte, quando o médio entregou a bola a Hernâni, com o avançado a tentar o remate em jeito para boa intervenção de Thiago.
A equipa pacense crescia e, depois, os papéis inverteram-se. Hernâni, em zona perigosa, encontrou Gaitán, mas o argentino, na pequena área, escorregou, perdendo uma boa oportunidade de dar vantagem ao Paços, naquela que foi a última grande chance da partida.
Confirmado o empate, o Arouca aproxima-se do Vitória de Guimarães, que perdeu na deslocação ao Estádio da Luz, enquanto o Paços de Ferreira continua no 17.º lugar, em zona de descida, somando agora 16 pontos, os mesmo do Marítimo, 16.º.
Homem do Jogo Flashscore: Nico Gaitán (Paços de Ferreira)