Cafu: Mundial é uma "grande oportunidade" para o Brasil acabar com o domínio europeu

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Cafu: Mundial é uma "grande oportunidade" para o Brasil acabar com o domínio europeu
Cafu: Mundial é uma "grande oportunidade" para o Brasil acabar com o domínio europeu
Cafu: Mundial é uma "grande oportunidade" para o Brasil acabar com o domínio europeuAFP
O bom momento de Neymar e a solidez da seleção sob o comando de Tite fazem Cafu sonhar com o Brasil a erguer o troféu e a quebrar, no Catar, o domínio europeu nas últimas quatro edições.

Em entrevista à AFP, o capitão do penta brasileiro disse que aposta as suas fichas no hexa em 2022, mas adverte sobre a "favoritíssima" Argentina, de Lionel Messi.

- Há 20 anos que o Brasil não ganha o Mundial. Essa seca pode acabar no Catar?

- O Catar é uma grande oportunidade para quebrar esse domínio europeu. Este é o momento certo para a seleção brasileira quebrar esse tabu de conquistar o título. Tanto a Argentina como o Brasil são duas seleções favoritíssimas. O Brasil vem de uma temporada muito boa em relação aos seus jogos. A Argentina tem um conjunto muito bom também. Vejo as duas seleções com um potencial muito grande de ganhar o Mundial.

- O que você gosta na equipa de Tite?

- O conjunto. Hoje temos um leque muito forte de jogadores que podem resolver o jogo a qualquer momento. O ponto forte da seleção do Tite acho que é exatamente isso: a união que eles têm dentro do campo. Eles sabem que não dependem unicamente de um jogador para ganhar o Mundial e isso vai ajudar bastante.

- O bom nível de Neymar aumenta as chances de conquistar o hexa?

- Com o Neymar bem, nós temos uma chance muito grande de ganhar o Mundial, porque o Neymar é um jogador diferenciado, é um jogador que realmente faz a diferença dentro do campo. Nós colocamos as nossas esperanças em cima daquilo que ele pode fazer, mas Neymar não joga sozinho. Estando bem, estando motivado, estando animado para esse Mundial, tenho certeza que essa animação vai cativar os outros jogadores.

- Danilo parece ser o titular como lateral-direito, mas o que você acha de um central, como Éder Militão, cumprir a função?

- Eu gosto da ideia de usar um central como lateral, gosto muito dessa ideia, até porque o Militão já jogou na lateral, já vem desempenhando a posição há algum tempo. Ele não vai ter nenhum problema. Eu gosto dessa ideia. Dependendo da situação de jogo, pode dar-lhe liberdade para o ataque ou pode fazer uma defesa com três centrais e libertar o meio-campo.

- O Mundial do Catar será o último de vários astros. Jogadores jovens como Vinícius Júnior e Kylian Mbappé estão à altura dos que estão saindo de cena?

- É uma pena ver esses craques a sair, mas é a lei natural do futebol. Temos que saber o momento certo de parar. Eles podem chegar a esse nível, não estão no nível desses grandes campeões como Neymar ou Messi, Lewandowski, Cristiano, que foram os melhores do mundo. Mas sim, o Vinícius pode chegar a esse nível como jogador.

- Quais seleções podem surpreender?

- Bélgica, Dinamarca, Portugal e Sérvia, por incrível que pareça. Porque a Sérvia se classificou como primeira do grupo, foi uma das primeiras classificadas, tem jogado muito bem, tem um conjunto forte e joga futebol, não tem medo de nenhum adversário.

- O que se lembra da seleção de 2002?

- Para mim, foi a melhor seleção brasileira dos últimos tempos. Uma seleção vencedora, sete jogos, sete vitorias, melhor ataque, melhor defesa. Bateram todo tipo de recordes e jogaram um futebol bonito. Ser campeão, frente à Alemanha, essa é uma lembrança que vai ficar para o resto das nossas vidas. E ter a oportunidade de levantar a taça como capitão. É maravilhoso ter o troféu na mão, aquela sensação de sermos campeões, a sensação de dever cumprido. Se pudesse, seria campeão todos os dias porque é uma sensação muito grande.

- Muitos questionam o futebol do Brasil campeão em 1994. O que tem a dizer?

- Só critica quem não é campeão. Como é que você pode criticar quem foi campeão do mundo? Não é possível. Não é qualquer um que é campeão do mundo. O Brasil só é pentacampeão porque alguém foi tetracampeão em 94.

- Ganhou dois Mundiais e perdeu a final em França, em 1998. Essa derrota ainda pesa?

- Aprende-se, aprende-se com essa sensação ruim. Não carrego esse peso de ser vice-campeão, pelo contrário. Nós chegámos à final de uma competição tão importante como é o Mundial, então temos que ter em conta a importância de ser vice-campeão.

- O Brasil chegou ao Mundial de 2002 sendo muito questionado. Para o Catar, é favorito. O que é melhor?

- É sempre bom chegar como favorito, dá uma moral muito grande chegar como favorito, com o respeito das pessoas, que destacam o teu trabalho, mas sabe-se que a qualquer momento, se eles vacilarem, vão perder o jogo.

- Os brasileiros afastaram-se da Seleção nos últimos anos. Porquê?

- Porque o Brasil está há 20 anos sem conquistar o título. O Brasil ficou 20 anos sem conquistar o título e isso afasta um pouco os adeptos brasileiros e tira um pouco de credibilidade à seleção. Mas acho que essa credibilidade já voltou.