Volta: Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua sabe que é difícil repetir 2022 mas quer vencer

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Volta: Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua sabe que é difícil repetir 2022 mas quer vencer
A Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua quer vencer uma etapa
A Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua quer vencer uma etapaFacebook/Misfotos
Após uma edição em que “tudo saiu bem”, a Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua pode não ganhar, mas vai “para a luta” na 84.ª Volta a Portugal, com João Matias e Leangel Linarez a partilharem a missão de sprintar para a vitória.

“Tudo nos saiu bem. A única coisa que nos podia ter corrido melhor era ter ganho a camisola verde, mas houve um homem que foi mais forte. Temos que estar contentes com o ano passado, temos que dar motivação, mas o ano passado já passou. Este ano é outro ano. Igualar o ano passado é muito complicado. Sou consciente que é muito complicado, mas não é impossível e vamos tentar. Quem não tenta, não consegue, não é?”, reflete Gustavo Veloso.

Efetivamente, a Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua teve, em 2022, uma prestação de sonho, com Matias a ser um dos grandes protagonistas da Volta ao ganhar duas etapas e ao estar na luta pela classificação por pontos até à última etapa em linha, perdendo para o ciclista norte-americano Scott McGill.

Agora, o pistard português repartirá a missão de lutar por etapas com Leangel Linarez, o outro sprinter da equipa, mas Veloso alerta que não há o dobro de hipótese de somarem triunfos, porque “não vai estar cada um a sprintar para cada lado”.

“(Vamos decidir) segundo a etapa, segundo o momento, segundo as sensações de cada um – o que peço aos meus atletas é que sempre sejam honestos com os colegas e que sempre se trabalhe para aquele que tem maiores possibilidades de ganhar. Eu não consigo tomar essa decisão desde o carro, porque não estou na bicicleta nem no seu corpo para saber as sensações de cada um. Há uma estratégia logo ao início, mas muitas vezes é alterada. (…) Eu gosto que tomem a iniciativa e que pensem quando vão em cima da bicicleta, que não corram só com as pernas, corram também com a cabeça. (…) O que está claro é que quero que um ajude o outro a ganhar, não quero que um compita contra o outro”, garantiu.

Vencedor das edições de 2014 e 2015 da prova rainha do calendário velocipédico nacional, o galego quer, acima de tudo, que toda a gente saiba que a sua equipa está na Volta, “seja lutando por vitórias em etapas ao sprint, nas fugas ou tentando na classificação geral”.

“Está claro que vamos para a luta, vamos para a guerra, vamos sobretudo para mostrar a camisola e as nossas atitudes que vimos mostrando a época toda. Sabemos que a Volta é muito importante, é o objetivo de todos as equipas e de todos os atletas, mas nem por isso vamos mudar a nossa essência, a nossa maneira de correr. Podemos não ganhar, mas pelo menos tentamos ganhar. Sabemos que é muito complicado, mas vamos continuar na luta para atingir os nossos objetivos”, prometeu.

Estar novamente na discussão pela camisola da regularidade, pode ou não ser um objetivo. “Vamos indo dia a dia. No ano passado, correu bem. O primeiro objetivo era tentar ganhar uma etapa, conseguimos ganhar uma etapa. Depois pôs-se outro objetivo, que era tentar ganhar outra. Depois, apareceu a luta pela camisola verde e lutámos até ao último dia. Nós não vamos com nenhum objetivo e vamos com todos. Se a camisola verde, se põe a ‘tiro’, como digo eu, vamos lutar por ela”, reconheceu.

Dentro dos planos da Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua está também melhorar o 13.º lugar final de Ángel Rebollido, que será “o homem de início para a geral”, mas que estará à disposição dos colegas para trabalhar “se for necessário para o sprint”.

“Uma maneira também de encontrar motivação na equipa é tentar entrar nos 10 (primeiros), mas não é o objetivo principal. O objetivo principal é uma vitória de etapa. Se conseguimos uma vitória da etapa, está feita a nossa Volta mas não vamos ficar de braços cruzados. Quando se atinge um objetivo, há que pôr um novo em cima da mesa”, antecipou, assumindo que o seu conjunto poderia sair mais beneficiado se as chegadas ao sprint estivessem mais distribuídas – estão concentradas nas quatro primeiras etapas em linha.

Em declarações à Lusa, o antigo ciclista, de 43 anos, diz saber que “discutir os cinco primeiros da geral vai ser complicado”, até porque há a Glassdrive-Q8-Anicolor tem estado dominadora ao longo da toda a época.

“Basta ver o (Grande Prémio) Torres Vedras, que fizeram primeiro, segundo e terceiro. Está claro que a nível individual e coletivo está um degrau acima das restantes. Já estava, este ano continua a estar. As restantes equipas, acho que vamos tentar colocar-lhes as coisas o mais difícil possível”, perspetivou.

Veloso acha que, atendendo à forma como correu a época e se “tudo correr conforme o papel e a caneta”, os homens da Glassdrive-Q8-Anicolor “deveriam ser os maiores favoritos”.

“Mas, no ciclismo, nem sempre ganha o mais forte ou a equipa mais forte. Há surpresas. Há equipas que vêm de fora… por exemplo, a Euskadi este ano não faz a Volta a Espanha, tenho a certeza que vem aqui com uma equipa boa, depois está o Burgos, o Kern Pharma. São equipas que têm sempre bom nível e que são competitivas. E talvez, nessa típica guerra que há entre equipas portuguesas, pode sair beneficiado um atleta de uma equipa estrangeira. Nunca sabemos o que pode acontecer. Aconteceu com o (Vladimir) Efimkin (em 2005)”, recordou.