Depois do triunfo categórico de Remco Evenepoel (Soudal-Quick Step), que esteve cerca de 100 quilómetros em fuga, na etapa da véspera, este domingo perspetivava-se mais uma vitória para a fuga, numa etapa que assentava bem aos homens mais atrasados.
E assim foi. O belga esteve inserido nas primeiras tentativas, procurando segurar a camisola da montanha - o seu novo objetivo - e aproximar-se da liderança da camisola dos pontos. À semelhança de Remco, também Rui Costa (Intermarché-Circus-Wanty) integrou a primeira tentativa, que acabou por ser anulada pelo pelotão.
A cerca de 85 quilómetros da chegada, formou-se o grupo definitivo de fugitivos, que foi composto pelos já mencionados antigos campeões do mundo, Lennard Kamna (BORA-hansgrohe), Santiago Buitrago (Bahrain-Victorious), num total de 10 corredores.
A 16 quilómetros, o corredor natural da Póvoa de Varzim atacou na contagem de segunda categoria, em busca da vitória. Inicialmente foi acompanhado por Nico Denz (BORA-hansgrohe), mas o alemão acabou por ceder e Rui Costa ficou com a companhia de Kamna e Buitrago.
Na descida para a meta, o alemão atacou, mas teve um percalço, saiu de estrado e acabou por cair. No entanto, aproveitou a inofensividade do português e do colombiano para reentrar no grupo nos quilómetros finais e, na decisão ao sprint, Rui Costa ultrapassou Kamna e levantou os braços pela primeira vez na Vuelta.
Com este triunfo, Portugal venceu pela oitava vez na corrida espanhola, com o poveiro a juntar o seu nome aos de João Rebelo, João Lourenço, José Carlos Cardoso, Alves Barbosa, Joaquim Agostinho, Sérgio Paulinho e Nélson Oliveira. Em termos de triunfos no World Tour, Rui Costa juntou este triunfo às duas vitórias alcançadas no Tour, em 2011 e 2013 (duas vezes).
No que respeita à luta pela geral, os favoritos chegaram no pelotão, pelo que a classificação se manteve inalterada. Assim, Sepp Kuss (Jumbo-Visma) continua na liderança antes do dia de descanso.