O incidente, que aconteceu em outubro passado durante um jogo entre o Arema FC, equipa de Sérgio Silva e Abel Camará, e o Persebaya Surabaya, dois clubes rivais, custou a vida a 135 pessoas, entre as quais 40 menores.

O incidente aconteceu depois de a polícia ter disparado gás lacrimogéneo para as bancadas, que estavam lotadas, numa altura em que alguns adeptos invadiram o campo no final de um jogo da liga do país.

Três polícias locais, um membro da organização do jogo e um elemento de segurança foram acusados de negligência e enfrentam penas que podem ir até cinco anos de prisão.

Um sexto suspeito, ex-diretor da liga de futebol da Indonésia, está a ser investigado.

Esta segunda-feira, as autoridades destacaram centenas de agentes de segurança para as imediações do tribunal de Surabaya e a audiência foi realizada remotamente por razões de segurança.

A polícia classificou como "motim" a invasão de campo e afirmou que dois agentes da autoridade morreram na sequência dos incidentes registados, enquanto os sobreviventes acusaram os elementos de segurança de terem recorrido ao uso excessivo de força.

De acordo com testemunhas e filmagens do momento, a polícia respondeu à invasão de campo dos adeptos com pontapés e agressões com bastões, incitando a que mais pessoas saltassem para o campo.

A Polícia Nacional da Indonésia demitiu os chefes da polícia de Malang e da província de Java Oriental depois da tragédia, e o governo suspendeu a liga nacional, que apenas foi retomada no mês passado e sem adeptos nas bancadas.

O Presidente indonésio Joko Widodo ordenou uma investigação, prometendo que o estádio Kanjuruhan, do Arema FC, seria demolido para permitir a construção de uma nova infraestrutura, que tenha em atenção as normas de segurança da FIFA.