Com cinco portugueses em campo, confirmava-se a cimeira portuguesa no relvado do Parque dos Príncipes num duelo que prometia. O todo poderoso Paris Saint-Germain atravessa uma das piores fases dos últimos anos, com três derrotas consecutivas, e viu encurtada uma diferença tranquila no topo da tabela. Galtier não arriscou e lançou o recém-recuperado Mbappé para o onze inicial.
À procura de capitalizar o mau momento adversário, o treinador português Paulo Fonseca lançou os compatriotas José Fonte, Tiago Djaló e André Gomes no onze, à espreita de somar mais três pontos na luta pelas competições europeias.
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E foram mesmo os Dogues a ameaçar logo na primeira jornada do encontro, num remate de Jonathan David desviado por um defesa e travado, com alguma sorte à mistura, por Donnarumma. Respondeu a combinação Neymar-Messi com o argentino a rematar de primeira contra o corpo de Chevalier.
Mbappé anti-crise
O jogo começou intenso e as oportunidades duplicaram, por mérito e desmérito de ambos os lados: aos 10 minutos, Kimpembe fez um mau atraso, Jonathan David tentou supreender com um chapéu, mas Donnarumma leu bem e desviou para canto. Dois minutos depois, Mbappé respondeu com cartola de mágico.
O avançado francês foi lançado em profundidade pela esquerda, entrou na área e, com dois defesas pela frente, tocou subtilmente por entre as pernas de Tiago Djaló e, de carrinho, fez também um túnel ao guarda-redes, inaugurando o marcador. Na sequência do lance, José Fonte ficou lesionado e teve mesmo de ser substituído - numa partida bem acidentada.
O PSG encheu-se de confiança e não foi preciso esperar muito pelo 2-0. Numa boa jogada do ataque parisiense, Nuno Mendes cruzou rasteiro, Messi deixou passar, Neymar dominou mal a bola que, caprichosamente, foi parar os pés de Vitinha e o português, à saída do guardião, devolveu a Neymar que tocou para a baliza deserta.
Vantagem aumentada em 20 minutos de alta cilindrada dos dois lados e em que as individualidades do PSG se sobrepuseram à equipa de Paulo Fonseca... mas isso não estava para durar. Até porque quem acompanha a formação de Galtier esta época sabe que são capazes do melhor e do pior.
Mesmo com Jonathan David a desperdiçar o 2-1 à boca da baliza, o Lille conseguiu reduzir e relançar o jogo pouco depois e com aroma português. Aos 25 minutos, na sequência de um canto curto, André Gomes teve espaço para cruzar, tirou a régua e o esquadro e encontrou Diakaté sozinho na área, que desviou de cabeça para o golo.
Renasceu a esperança do lado forasteiro e a desconfiança do lado caseiro, mais ainda quando Nuno Mendes também saiu lesionado, aos 31. Até ao intervalo, sinal mais para o Lille com a vantagem mínima a manter-se no marcador.
Do céu ao inferno...
No reatamento, Neymar levou um toque no tornozelo e caiu de forma estranha e aparatosa. Soaram os alarmes em toda a Paris com o brasileiro a sair de maca e com lágrimas nos olhos. Depois do alarme... a(s) bomba(s).
Logo a seguir, Verrati comete uma grande penalidade infantil ao agarrar a camisola de Tiago Djaló num pontapé de canto. Chamado a converter, Jonathan David lançou Donnarumma para um lado e a bola para o outro, igualando o encontro.
Mas o momento do jogo estava guardado para mais tarde, escrito e desenhado em português. Num lance aparentemente inócuo a meio campo, André Gomes fez uma rotunda sobre si próprio, levantou a cabeça e bombeou uma encomenda para Jonathan Bamba que entrou na área, e com a bola ainda a pinchar, atirou ao primeiro poste e bateu Donnarumma.
... E do inferno às estrelas
A constelação de estrelas parisiense não baixou os braços e acabaria por chegar à igualdade já com Danilo e sem Vitinha em campo. Primeiro Bernat trabalhou bem na área e atirou para boa defesa de Chevalier. Pouco depois, o lateral espanhol tabelou com Verrati, entrou na área, cruzou para trás para o remate de rompante de Mbappé ao primeiro poste, que igualou a partida a três.
O jogo assumiu contornos eufóricos, as duas equipas não estavam felizes com o ponto e as duas foram à procura da vitória, com muito espaço para transições rápidas de ambas as partes. Em tempo de descontos, Messi foi travado à entrada da área e o PSG beneficiou de um livre mesmo ao jeito do argentino.
O ser humano voltou a transformar-se em extraterrestre e com um grande pontapé colocado para o lado do guarda-redes - que ainda bateu no poste - desfez a igualdade e carimbou o regresso às vitórias do PSG, sacudindo a crise e segurando Cristophe Galtier no leme por mais uma semana.
Homem do jogo Flashscore: Kylian Mbappé (Paris Saint-Germain).