Entrevista Flashscore a Raphinha: "Brasil-Portugal seria uma final marcante para mim"

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Entrevista Flashscore a Raphinha: "Brasil-Portugal seria uma final marcante para mim"
Entrevista Flashscore a Raphinha: "Brasil-Portugal seria uma final marcante para mim"
Entrevista Flashscore a Raphinha: "Brasil-Portugal seria uma final marcante para mim"
Instagram/Raphinha
Aos 25 anos, Raphinha vai marcar presença, pela primeira vez, num Campeonato do Mundo. E pelo Brasil. Uma carreira construída a pulso, desde o Avaí ao Barcelona, passando, claro está, por Portugal, onde representou Vitória de Guimarães e Sporting antes de sair para o Rennes e, mais tarde, para o Leeds United. O extremo brasileiro, em entrevista exclusiva ao Flashscore, recorda o momento em que ouviu o seu nome nos eleitos de Tite, o sonho diário de levantar o troféu e as amizades construídas em Portugal que mantém até hoje, bem como o carinho que nutre pelo nosso país e pelos adeptos.

- Como recebeste a notícia de que estavas nos 26 convocados do Brasil para o primeiro Campeonato do Mundo da tua carreira?

- Fiquei quase dois meses à espera desse anúncio oficial. Fiquei muito ansioso durante esse tempo. Estava em casa, sabia o horário do anúncio da convocatória e esperei, nervoso, mas com muita confiança de que poderia fazer parte do plantel. Fiquei obviamente muito feliz com a notícia, representar o meu país num Campeonato do Mundo é uma honra imensa.

- O primeiro Mundial de muitos do Raphinha?

- O primeiro de muitos, se Deus quiser. Vou preparar-me da melhor maneira possível e continuar a trabalhar no máximo para fazer parte de mais convocatórias do Brasil.

- Este é um Mundial atípico, pelo país e pela altura do ano em que acontece. Para os jogadores, habituados à rotina de uma época normal, é complicado?

- O que eu posso dizer é que é diferente. Os outros Mundiais eu só assisti pela televisão mas surgir uma competição destas, neste período, é diferente de todos os outros. É praticamente no Natal, a final vai ser perto do Natal. Vai ser diferente de qualquer outro Mundial, num país diferente de qualquer outro. Mas um Mundial é um Mundial, temos de estar preparados para qualquer circunstância.

- O Brasil está no grupo G, com Sérvia, Suíça e Camarões. É um grupo que dá garantias ao Brasil de seguir em frente?

- Nenhum grupo te dá garantias de nada. Todas as seleções que chegaram a este Mundial tiveram o seu percurso, as suas dificuldades e todas estarão muito bem preparadas para o disputar. Acredito que, para chegar num Mundial, nada é fácil pelo caminho, então todas querem agora chegar o mais longe possível. Não acredito que existam jogos fáceis numa competição destas e considero que a equipa que estiver mais bem preparada será aquela que vai conseguir os seus objetivos.

"O Brasil é sempre favorito"

- Um grupo com duas seleções europeias e uma africana. O Brasil é favorito a vencer o grupo G?

- Como bom brasileiro vou responder que sim. O Brasil é sempre favorito. Mas temos de saber as dificuldades que vamos ter pela frente e, obviamente, temos de respeitar todas as seleções. Temos de chegar ao Mundial e impôr a nossa maneira de jogar e a nossa vontade de conquistar o objetivo final.

- O objetivo final é vencer o Mundial. O Brasil é o grande candidato?

- O Brasil, em todos os Mundiais que entra, que joga, acaba por ser um dos favoritos, pelo que já conquistou na sua história. Agora temos um plantel incrível, com jogadores de muita qualidade e todos eles com vontade de vencer. Vejo a nossa seleção como um grupo incrível, não só pela qualidade como pela capacidade de trabalho. Toda a gente se dá bem com os outros. Vejo um grupo muito forte para chegar à final e conquistar o título.

Raphinha elogia grupo de trabalho da seleção brasileira
Instagram/Raphinha

- Já sonhaste em levantar a taça de campeão do Mundo, depois de vencer uma final com um golo do Raphinha?

- Todos os dias, todas as noites sonho com esse momento.

- Seria o momento mais feliz da tua carreira?

- Não vou garantir que seria o mais feliz mas posso meter num top 3. Mas naquele momento sim, seria o mais feliz da minha carreira.

- Chegas ao Mundial motivado, deixando o Barcelona na liderança de uma sempre competitiva liga espanhola. Isso dá ânimo para chegar ao Catar?

- Sem dúvida. Conseguimos manter uma boa sequência de jogos no Barcelona e manter a liderança antes desta paragem. Acho que isso é muito importante para manter a confiança coletiva mas também individual. Agora cada um vai para a sua seleção e acredito que todos poderemos fazer um grande Mundial.

Raphinha cumpre época de estreia no Barcelona
AFP

"Portugal seria o lugar que eu moraria depois de parar de jogar"

- E uma final do Mundial contra Portugal? É possível. Ficarias feliz?

- Sem dúvida. Vivi muita coisa em Portugal. Vivi momentos incríveis, momentos não tão bons mas levo Portugal como a minha casa. Digo sempre isso a toda a gente: tirando o Brasil, Portugal seria o lugar que eu moraria depois de parar de jogar, depois de encerrar a minha carreira. Identifico-me muito com o país, as pessoas acolheram-me muito bem. Daí que, obviamente, uma final contra Portugal seria emocionante e muito marcante para mim.

"Bruno Fernandes é o irmão mais velho que não tenho"

- Tens falado com alguns amigos em Portugal sobre o Mundial? Na altura do Sporting eras muito amigo do Bruno Fernandes, agora no Manchester United...

- Converso muito com o Bruno. De todos os jogadores é com quem tenho mais contacto. Sobre o Mundial ainda não falámos mas tenho a certeza que nos iremos encontrar, no Catar ou pelo telemóvel. Será sempre uma conversa descontraída, estamos sempre com brincadeiras. O Bruno é o irmão mais velho que eu não tenho. Ajudou-me muito em Portugal e continua a ajudar-me.

Raphinha com Bruno Fernandes no Sporting
Flashscore

- Brasil. Argentina, Alemanha, França são as eternas favoritas a vencer o Mundial. Onde colocarias Portugal?

- Vejo a seleção portuguesa com uma grande equipa, com grandes jogadores. Pode chegar a uma final e conquistar o título. Acho que vai depender mais da preparação mental e física de cada uma das seleções. Mas vejo uma seleção portuguesa muito forte. Espero que seja o Brasil o campeão mas Portugal tem muita qualidade e jogadores de nível para lá chegar.

- Continuas a ter contacto com pessoas em Portugal?

- Tenho sim. Não com muita gente mas mantenho contacto com as pessoas de quem mais me aproximei nos três anos e meio que estive em Portugal. Daquelas pessoas mais próximas, pessoas que me acolheram, que me abraçaram, tanto em Guimarães como em Lisboa. Não é um contacto diário, porque eu tenho a minha vida aqui, elas têm a delas e nem sempre existe o tempo certo, o horário ideal para falar. Mas manteno o contacto com as pessoas por quem tenho um carinho imenso.

Raphinha tem 11 internacionalizações e 5 golos pelo Brasil
Instagram/Raphinha

"Vejo um Brasil dividido pelas eleições mas peço que se juntem por nós"

- Que mensagem gostarias de deixar ao povo brasileiro, que vai naturalmente apoiar a vossa seleção no Mundial?

- O povo brasileiro, pelo que vejo depois das eleições que aconteceram, vejo um país dividido por conta do que sucedeu. Mas peço-lhes para se juntarem mais uma vez, como um país unido, para mandar uma força positiva para nós no Mundial. Contamos com o apoio de todos para que, juntos, possamos chegar muito longe neste Campeonato do Mundo.

- E para os adeptos portugueses?

- Para Portugal só tenho a agradecer o carinho que sempre tiveram comigo e continuam a ter. Recebo várias mensagens de carinho de Portugal. Quero deixar um forte abraço a todos e desejar toda a sorte à seleção portuguesa, que corra tudo bem, e agradecer todo o carinho dos portugueses comigo.

A carreira recente de Raphinha
Flashscore